quarta-feira, 29 de julho de 2009

Ocupação ilegal de terras favorece desmatamento em Rondônia


Quarenta anos de desmatamento, queimadas e rebanhos ilegais: quase metade da floresta amazônica existente em Rondônia foi devastada pelas mãos de garimpeiros, pecuaristas, grileiros. Nem as áreas protegidas - e proibidas - escapam.

Entre os estados amazônicos, Rondônia é o que mais sofreu com o desmatamento. Dados recentes do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia mostram que, entre agosto de 2007 e agosto de 2008, a destruição da floresta aumentou cerca de 23%. Ao todo, 38% da vegetação desapareceram. Depois das áreas particulares, o desmatamento se concentra em unidades de proteção permanente e reservas indígenas.

A reportagem foi até uma fazenda dentro de uma reserva indígena. Quando se olha pela primeira vez, a impressão que se tem é de que no local nunca existiu uma árvore da Amazônia. O que era floresta virou pasto.

Na Floresta Nacional do Bom Futuro, há muitas clareiras. O avanço da pecuária desrespeita as regras do plano de uso sustentável da terra. É uma disputa complicada, de pelo menos duas décadas.

Em Alto Paraíso, a 200 quilômetros de Porto Velho é possível encontrar gente simples, mas que não se intimida - mesmo contrariando a lei. Vivem ali 3.500 mil famílias, como a do agricultor Antônio Bernardes. Ele diz que comprou a terra de um grileiro, sem saber que era proibido.

“Eu nunca tinha trabalhado na roça, mas vi uma possibilidade de ter uma terra. Fui à casa desse rapaz que disse que tinha terra para vender. Nunca ninguém veio falar que não podia. Acho que no início, quando eu tinha comprado, se chegasse e dissesse que não podia, eu sairia”, aponta o agricultor.

Mas nem todos foram enganados. “Achei que aqui era uma terra da União, como eu acho que é até hoje”, diz Eliseu, que mora há seis anos dentro da floresta nacional e não pretende retirar as 200 cabeças de gado criadas em sua fazenda.

“Eu adquiri o direito de posse. Rondônia só tem 18% de área escriturada, o resto, 82%, não tem documento algum. Em Rondônia é um problema sério isso”, justifica.

Derly trabalhou cinco anos na construção civil na Espanha. Comprou de um grileiro uma pequena área invadida dentro da floresta nacional. Ele corre o risco de perder todo o dinheiro que economizou no exterior: “Comprei de um rapaz. Aqui não tem escritura".

Uru-Eu-Wau-Wau

Não muito longe dali, um novo flagrante, agora na Terra Indígena de Uru-Eu-Wau-Wau. A maior fazenda ilegal em terras indígenas é de um empresário. “O dono mora em Ouro Preto. É difícil ele vir aqui”, aponta um funcionário.

"Temos aqui uma relação dos assentados pelo INCRA, na década de 1980. Nessa relação percebemos que a ocupação não é pelos assentados do INCRA. Após a demarcação, houve um esvaziamento. Servidores públicos, empresários da região foram adquirindo os lotes. Temos aqui agente penitenciário, funcionário do IBAMA", diz o responsável pelo setor do meio ambiente da FUNAI.

Rondônia é o estado amazônico mais desmatado


Quarenta anos de desmatamento, queimadas, rebanhos ilegais. Em Rondônia, quase metade da Amazônia foi devastada pelas mãos de garimpeiros, pecuaristas, grileiros. Nem as áreas protegidas - e proibidas - escapam.
Acompanhe os bastidores da reportagem sobre a operação contra o desmatamento em Rondônia
O cenário é de desolação. A floresta não existe mais. Foi cortada e queimada. É quase um deserto. Estamos mesmo na Amazônia?
A fazenda está dentro de uma reserva indígena. Quando se olha pela primeira vez, a impressão que se tem é de que no local nunca existiu uma árvore da Amazônia. O que era floresta, virou pasto.
Entre os estados amazônicos, Rondônia é o que mais sofreu com o desmatamento. Dados recentes do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia mostram que, entre agosto de 2007 e agosto de 2008, a destruição da floresta aumentou cerca de 23%. Ao todo, 38% da vegetação desapareceram. Depois das áreas particulares, o desmatamento se concentra em unidades de proteção permanente e reservas indígenas.
Na Floresta Nacional do Bom Futuro, há muitas clareiras. O avanço da pecuária desrespeita as regras do plano de uso sustentável da terra. É uma disputa complicada, de pelo menos duas décadas.
Em Alto Paraíso, a 200 quilômetros de Porto Velho, pegamos a estrada de terra. Encontramos gente simples, mas que não se intimida - mesmo contrariando a lei. Há 3,5 mil famílias, como a do agricultor Antônio Bernardes. Ele diz que comprou a terra de um grileiro, sem saber que era proibido.
"Eu nunca tinha trabalhado na roça. Mas vi uma possibilidade de ter uma terra. Fui à casa desse rapaz que disse que tinha terra para vender. Nunca ninguém veio falar que não podia. Acho que no início, quando eu tinha comprado, se chegasse e dissesse que não podia, eu sairia", aponta o agricultor.
Nem todos foram enganados: "Achei aqui que era uma terra da União, como eu acho que é até hoje". Eliseu mora há seis anos dentro da Floresta Nacional. Não pretende retirar as 200 cabeças de gado criadas em sua fazenda.
"Eu adquiri o direito de posse. Rondônia só tem 18% de área escriturada, o resto, 82%, não têm documento algum. Em Rondônia é um problema sério isso", justifica.
Derly trabalhou cinco anos na construção civil na Espanha. Comprou de um grileiro uma pequena área invadida dentro da floresta nacional. Ele corre o risco de perder todo o dinheiro que economizou no exterior: "Comprei de um rapaz. Aqui não tem escritura".
Na próxima parada, um novo flagrante. Agora na terra indígena de Urueuwauwau. Com a equipe da Funai, visitamos a maior fazenda ilegal em terras indígenas. É de um empresário. "O dono mora em Ouro Preto. É difícil ele vir aqui", aponta um funcionário.
"Temos aqui uma relação dos assentados pelo Incra, na década de 1980. Nessa relação percebemos que a ocupação não é pelos assentados do Incra. Após a demarcação, houve um esvaziamento. Servidores públicos, empresários da região foram adquirindo os lotes. Temos aqui agente penitenciário, funcionário do Ibama", diz o responsável pelo setor do meio ambiente da Funai.
São moradores que sabem como funciona o sistema e que encontraram, primeiro, na exploração da madeira, depois, na pecuária, uma forma de enriquecer.
"A pecuária é a cultura que mais prejudica a floresta, porque faz o corte raso. Ela tem grandes extensões, então ela tira toda a floresta, ela mata os animais, então ela traz uma série de prejuízos à biodiversidade", explica a representante da ONG Kanindé.
E pensar que um dia, tudo isso foi Amazônia

Economia ecológica é tema de debate de encontro nacional em Cuiabá

Difundir e construir a Economia Ecológica no Brasil, por intermédio da integração de seus associados e entre congêneres de outros países. Este é o objetivo do VIII Encontro Nacional da Sociedade Brasileira de Economia Ecológica, em Cuiabá. O evento acontece de 05 a 07 de agosto, no Hotel Fazenda Mato Grosso e vai reunir professores, pesquisadores nacionais e internacionais, estudantes, agentes do governo e estudiosos sobre o assunto.

O tema escolhido para o EcoEco é “Aplicando a Economia Ecológica para o desenvolvimento sustentável da Amazônia”, com o propósito de debater a questão da conservação do capital natural no contexto das políticas públicas em curso na Amazônia brasileira.

Na realização dos Encontros Nacionais, o EcoEco tem como meta compreender em sua complexidade as diferentes especificidades regionais, no que tange aos problemas socioambientais do desenvolvimento econômico ou as peculiaridades das políticas públicas em implantação, em especial aquelas específicas para a área socioambiental.

A importância da realização deste evento em Mato Grosso se dá levando em consideração que a fronteira agrícola e pecuária no estado avança rapidamente sobre a Amazônia, o que representa uma porta de entrada ao processo de devastação do ecossistema natural e da integridade socioambiental da região. Aliado às obras de infra-estrutura previstas e realizadas, a exemplo dos outros estados do centro-oeste e norte brasileiro, isso representa uma real ameaça às alternativas sustentáveis de utilização da floresta.

O VIII Encontro da EcoEco chama atenção para a necessidade de se inserir efetivamente os princípios, os métodos, os instrumentos, as concepções e as propostas da Economia Ecológica nas alternativas sobre o processo de desenvolvimento da Amazônia brasileira.

SUSTENTABILIDADE – A Sociedade Brasileira de Economia Ecológica (EcoEco) foi fundada em 1994. Suas origens remontam as discussões iniciadas durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente, a ECO-92, onde economistas, ecologistas e estudiosos do país, reunidos em uma série de encontros, constataram que no Brasil pouco se conhecia sobre a relação entre economia e meio ambiente, um campo do saber que já havia tomado corpo na Europa e Estados Unidos.

Em sua missão de difundir e construir a Economia Ecológica no Brasil, por intermédio da integração de seus associados e entre congêneres de outros países, a EcoEco promove seus Encontros bienais de âmbito Nacional, além de estimular a participação de brasileiros nos Congressos Internacionais da ISEE (International Society for Ecological Economics) e de entidades Iberoamericanas, através do vínculo com a Rede Iberoamericana de Economia Ecológica (Redibec), que conta com revista on-line na área.


A EcoEco é uma sociedade científica, sem fins lucrativos, voltada à organização e estruturação no Brasil do campo de estudo e conhecimento interdisciplinar denominado “economia ecológica” que visa a integração entre os distintos campos disciplinares como o da física (termodinâmica), da ecologia (resiliência), sociologia (eqüidade) e da economia (escala, decrescimento). A organização tem como objetivo promover um espaço de aproximação e interlocução entre pesquisadores e instituições, bem como divulgar os estudos desenvolvidos nesse campo, incentivando assim o debate acadêmico e as orientações de políticas públicas para a problemática da relação entre economia e meio ambiente.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Floresta amazônica tem 157 km² devastados em maio

Relatório divulgado nesta sexta-feira (3) pela ONG Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia) aponta que a Amazônia perdeu 157 quilômetros quadrados de floresta em maio. A área equivale a cerca de dez vezes a área do Parque do Ibirapuera, em São Paulo. Isso representa uma queda de 47% em relação a maio de 2008, quando o desmatamento detectado foi de 294 quilômetros quadrados.

O desmatamento acumulado de agosto de 2008 a maio de 2009 é de 1.084 quilômetros quadrados. Em relação ao desmatamento ocorrido no mesmo período do ano anterior (4.143 quilômetros quadrados) houve uma redução de 74%.

O Imazon ressalva que devido à cobertura de nuvens, não foi possível monitorar 43% da Amazônia Legal. A região não mapeada corresponde à quase totalidade do Amapá, 68% do Pará, 48% do Amazonas, 41% do Acre, 38% de Roraima e 35% de Rondônia. Por outro lado, apenas 5% do território do Tocantins e de Mato Grosso estavam cobertos. Além disso, parte do Maranhão que integra a Amazônia Legal não foi analisada.

Segundo o relatório da organização, em maior de 2009 o desmatamento foi maior no Pará (37%), seguido de Mato Grosso (27%), Roraima (20%) e, menor em Rondônia (8%), Amazonas (5%), Tocantins (2%) e Acre (1%).

O Imazon monitora também as florestas degradadas (que estão sendo exploradas pelo homem, mas ainda não foram totalmente derrubadas). Elas somaram em maio de 2009 215 quilômetros quadrados. Desse total, 81% ocorreram no Mato Grosso, 13% no Pará, 4% em Rondônia e 2% no Amazonas.

O Imazon observa que Roraima permanece a maior parte do ano coberto por nuvens, dificultando o monitoramento do desmatamento. No entanto, em maio de 2009, houve uma redução da cobertura, possibilitando o monitoramento em 62% do seu território. Por isso, parte do desmatamento detectado nesse período pode ter ocorrido em meses anteriores.

Peru aprova projeto petrolífero em área florestal da amazônia


O governo peruano deu luz verde para a empresa Anglo-Francesa perfurar em busca de petróleo na Amazônia apenas treze dias depois de mais de 30 pessoas morrerem em protestos contra a exploração da floresta tropical. As informaçoes são da Ong Survival.

O projeto, localizado em uma região habitada por duas tribos de índios isolados, é considerado a maior descoberta de petróleo do Peru nos últimos trinta anos. A empresa Perenco, uma das maiores abastecedores para o Reino Unido, negou anteriormente que nenhum índio isolado vivesse em tais terras.

Até recentemente, Perenco esteve bloqueada por protestantes indígenas. Mas com a ajuda das forças armadas peruanas, a empresa conseguiu quebrar o bloqueio em ao menos uma ocasião.

Altos funcionários do governo peruano esperam uma transformação na economia peruana com base no projeto da Perenco. Enquanto os protestos em contra da empresa aconteciam, o presidente da Perenco, François Perrodo, formado na Universidade de Oxford e descendente de uma das famílias mais ricas da França, se encontrou com o presidente peruano Garcia, em Lima, comprometendo-se à um investimento de dois bilhões de dólares no projeto.

A luz verde do governo é dada apenas alguns dias depois que protestos em diferentes áreas do norte do Peru foram barrados violentamente pela força policial, causando mortes de policiais e protestantes indígenas. Os números exatos ainda são desconhecidos.

Perenco pretende construir novas plataformas e poços, incluindo apoio logístico aéreo que entre outras coisas cobre 42.000 sacos de cimento. A companhia admite que a ‘contaminação do solo’, ‘contaminação da água, e a fuga de caça e aves são possíveis conseqüências do seu trabalho.

Desmatamento cai 47% na Amazônia Legal em maio de 2009

O Acre foi o Estado que menos contribuiu para o desmatamento da Amazônia em maio de 2009, com índice de 1%, segundo pesquisa realizada pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Em comparação ao mesmo mês do ano passado, o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) verificou recuo de 47% em toda a região. Em 2008 o desmatamento foi de 294 quilômetros quadrados contra 157 quilômetros registrados este ano.

Ao considerar o período entre agosto de 2008 e maio de 2009 a queda do desmatamento acumulado chega a 74%, alcançando 1.084 quilômetros quadrados. No mesmo período do ano anterior foram desmatados 4.143 quilômetros quadrados de área da Amazônia Legal.

Já no mês de maio de 2009 Rondônia e Amazonas também são responsáveis por índices menores de desmatamentos, com 8% e 5% respectivamente, puxando os índices para baixo. Já os Estados do Pará, Mato Grosso e Roraima apresentaram índices iguais ou superiores a 20%.

O Imazon é um instituto de pesquisa sem fins lucrativos, qualificado pelo Ministério da Justiça como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) que tem a missão de promover o desenvolvimento sustentável na Amazônia por meio de estudos e divulgar informações da área e formação profissional.

Desmatamento cai 47% na Amazônia Legal em maio de 2009

O Acre foi o Estado que menos contribuiu para o desmatamento da Amazônia em maio de 2009, com índice de 1%, segundo pesquisa realizada pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Em comparação ao mesmo mês do ano passado, o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) verificou recuo de 47% em toda a região. Em 2008 o desmatamento foi de 294 quilômetros quadrados contra 157 quilômetros registrados este ano.

Ao considerar o período entre agosto de 2008 e maio de 2009 a queda do desmatamento acumulado chega a 74%, alcançando 1.084 quilômetros quadrados. No mesmo período do ano anterior foram desmatados 4.143 quilômetros quadrados de área da Amazônia Legal.

Já no mês de maio de 2009 Rondônia e Amazonas também são responsáveis por índices menores de desmatamentos, com 8% e 5% respectivamente, puxando os índices para baixo. Já os Estados do Pará, Mato Grosso e Roraima apresentaram índices iguais ou superiores a 20%.

O Imazon é um instituto de pesquisa sem fins lucrativos, qualificado pelo Ministério da Justiça como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) que tem a missão de promover o desenvolvimento sustentável na Amazônia por meio de estudos e divulgar informações da área e formação profissional.

Desmate anual na Amazônia tem queda de 74%, diz Imazon

O desmatamento acumulado na Amazônia Legal de agosto de 2008 a maio deste ano (1.084 km2) caiu 74% em relação ao mesmo intervalo de tempo anterior (4.143 km 2), segundo dados divulgados ontem pela ONG Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia).

A queda foi de 47% quando comparado o desmate em maio deste ano em relação ao mesmo mês de 2008.
Foram 157 km2 de mata derrubados em nove Estados (AC, AM, AP, MA, MT, PA, TO, RO e RR) em comparação aos 294 km2 de 2008.

De acordo com o Imazon, o Estado que teve a maior área destruída foi novamente o Pará (37% do total), seguido de Mato Grosso (27%) e Roraima (20%). A cidade campeã foi Novo Progresso (PA), com 28,7 km 2.
Os números, baseados em um sistema independente de monitoramento, o SAD, vão na mesma direção do que vem sendo divulgado por órgãos governamentais.

Para Adalberto Veríssimo, um dos pesquisadores da ONG, a tendência de diminuição do desmatamento começou em julho do ano passado, como reflexo de um pacote de medidas adotado pelo governo federal meses antes, e se aprofundou com a crise econômica mundial e com as chuvas na região.

A AMAZÔNIA

Localização, tamanho e clima

A Amazônia está situada em sua porção centro-norte; é cortada pela linha equatorial e, portanto, compreendida em área de baixas latitudes. Ocupa cerca de 2/5 do continente e mais da metade do Brasil. Inclui 9 países (Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela). A Amazônia brasileira compreende 3.581 Km2, o que equivale a 42,07% do país. A chamada Amazônia Legal é maior ainda, cobrindo 60% do território em um total de cinco milhões de Km2. Ela abrange os estados do Amazonas, Acre, Amapá, oeste do Maranhão, Mato Grosso, Rondônia, Pará, Roraima e Tocantins.

O clima é do tipo equatorial, quente e úmido, com a temperatura variando pouco durante o ano, em torno de 26ºC.Árvores da floresta amazônica. É muito comum na região, os períodos de chuva provocados em grande parte pelo vapor d'água trazido do leste pelos ventos.

A grande bacia fluvial do Amazonas possui 1/5 da disponibilidade mundial de água doce e é recoberta pela maior floresta equatorial do mundo, correspondendo a 1/3 das reservas florestais da Terra. Floresta Amazônica.

Apesar de ser o maior estado brasileiro (Amazonas), possui a menor densidade demográfica humana, com menos de 10% da população do país, 7.652.500 habitantes.
Meios de transportes e Zona Franca

O transporte fluvial é ainda o mais importante, mas começa a ser complementado pelas rodovias federais, como a Transamazônica, a Belém - Brasília e a Manaus - Porto Velho. O aeroporto de Manaus tornou-se um dos principais do país em volume de carga embarcada, sendo utilizado para o escoamento da produção das indústrias eletrônicas da Zona Franca, estabelecida em 1967 como área livre de importação e exportação. Nessa área, as mercadorias procedentes do exterior não pagam impostos de importação, quando se destinam ao consumo local, às indústrias da região, ou à reestocagem para reexportação.

Economia

A economia é dominada pelo extrativismo vegetal, exercido sobre uma flora com enorme variedade de espécies. Além da seringueira e do caucho, de onde se extrai a borracha, são coletadas a castanha-do-pará, vários tipos de madeira, gomas, guaraná, babaçu, malva e muitas outras. O extrativismo mineral, de gemas e pedras preciosas começa a assumir maior importância, já que a região possui inúmeros recursos, até hoje pouco explorados: ouro no Pará, no Amazonas, em Roraima e no Amapá; ferro no Pará (serra dos Carajás), no Amapá e no Amazonas; sal-gema no Amazonas e no Pará; manganês no Amapá (serra do Navio), no Pará e no Amazonas; bauxita no Pará (Oriximiná, no rio Trombetas, e em Tucuruí), além de calcário, cassiterita, linhita, gipsita, cobre, estanho, chumbo, caulim, diamante e níquel.

Na agricultura, as principais lavouras são as de juta, pimenta-do-reino, arroz, milho, cacau e mandioca. A criação de gado bovino concentra-se na região de Marajó, nos arredores de Porto Velho (Roraima), no Amapá e no norte dos Estados de Tocantins e Mato Grosso. A pesca do pirarucu e de outros peixes serve ao consumo local. Várias hidrelétricas, como as de Tucuruí, no rio Tocantins, no Estado do Pará, e a de Balbina, no Estado do Amazonas, próxima de Manaus, foram construídas.
Desmatamento da Floresta Amazônica

A Amazônia abriga 33% das florestas tropicais do planeta e cerca de 30% das espécies conhecidas de flora e fauna. Hoje, a área total vítima do desmatamento da floresta corresponde a mais de 350 mil Km2, a um ritmo de 20 hectares por minuto, 30 mil por dia e 8 milhões por ano. Com esse processo, diversas espécies, muitas delas nem sequer identificadas pelo homem, desapareceram da Amazônia. Sobretudo a partir de 1988, desencadeou-se uma discussão internacional a respeito do papel da Amazônia no equilíbrio da biosfera e das conseqüências da devastação que, segundo os especialistas, pode inclusive alterar o clima da Terra.

Incêndio na floresta - Queimada para desmatamento Corte da madeira. Desmatamento da Amazônia.

Povos primitivos

A Amazônia é um dos poucos redutos do planeta onde ainda vivem povos humanos primitivos, dezenas de tribos que espalham-se em territórios dentro da mata, mantendo seus próprios costumes, linguagens e culturas, inalterados por milhares de anos. Antropólogos acreditam que ainda existam povos primitivos desconhecidos, vivendo nas regiões mais inóspitas e inacessíveis. As características do clima e do solo da região amazônica, pouco propícias à conservação de materiais, não deixaram muitos vestígios sobre a vida dos povos pré-colombianos. Mas o patrimônio arqueológico é precioso, com registros que chegam a 10.000 a.C. A riqueza da cerâmica, com suas pinturas elaboradas, demonstra que muitos desses povos atingiram um estágio avançado de organização social, sempre guiados por uma forte relação com a natureza.

Folclore


As origens do folclore da região amazônica se perdem no tempo, mas as raízes negras, indígenas e africanas continuam presentes e são encontradas em diversas manifestações culturais, mostrando influência de todos esses povos, transformada em rituais próprios e característicos da região. Na dança, na música como o carimbó, marabaixo e o boi-bumbá.

Tribos Indígenas:

* Arara
* Bororo
* Gavião
* Katukina
* Kayapó
* Kulína
* Marubo
* Sateré - Mawé
* Tenharim
* Tikuna
* Tukâno
* Wai-Wai
* Yanomami

Chuvas e inundações na bacia amazônica


A bacia amazônica é um dos locais mais chuvosos do planeta, com índices pluviométricos anuais de mais de 2.000 mm por ano, podendo atingir 10.000 mm em algumas regiões. Durante os meses de chuva, a partir de dezembro, as águas sobem em média 10 metros, podendo atingir 18 metros em algumas áreas. Isso significa que durante metade do tempo, grande parte da planície amazônica fica submersa, caracterizando a maior área de floresta inundada do planeta, cobrindo uma área de 700.000 Km2.

Rio Amazonas

Rios da Amazônia. Em 1541, o espanhol Francisco de Orellana e seus homens navegavam no rio Napo (que desemboca em outro rio maior), a leste dos Andes. Passaram-se meses, e era incontável o número de afluentes que engrossavam as águas do imenso rio. A certa altura, a embarcação é atacada por um grupo de indígenas, que disparam flechas envenenadas. Orellana dá ordem para seus homens desviarem o barco, afastando-o do alcance dos índios. Após safar-se do perigo, Orellana, impressionado com o aspecto dos indígenas, que acredita serem mulheres, lembra-se das Amazonas - as guerreiras da mitologia grega - e batiza o rio que passa a se chamar rio das Amazonas.

O rio Amazonas começa no Peru, na confluência dos rios Ucayali e Maranõn. Entra no Brasil com o nome de Solimões e passa a chamar-se Amazonas quando recebe as águas do rio Negro, no interior do Estado do Amazonas.

No período das chuvas, os rio chega a crescer 16 metros acima de seu nível normal e inunda vastas extensões da planície, arrastando consigo terras e trechos da floresta. Sua largura média é de 12 quilômetros, atingindo freqüentemente mais de 60 quilômetros durante a época de cheia. As áreas alagadas influenciadas pela rede hídrica do Amazonas, formam uma bacia de inundação muito maior que muitos países da Europa juntos. Apenas a ilha do Marajó, na foz do Amazonas, é maior que a Suíça.

O rio Amazonas conta com mais de 1.000 afluentes e é o maior e mais largo rio do mundo e o principal responsável pelo desenvolvimento da floresta Amazônica. O volume de suas águas representa 20% de toda a água presente nos rios do planeta. Têm extensão de 6.400 quilômetros, vazão de 190.000 metros cúbicos por segundo (16 vezes maior que a do rio Nilo). Na foz, onde deságua no mar, a sua largura é de 320 quilômetros. A profundidade média é de 30 a 40 metros.

O rio Amazonas disputa com o Nilo o título de maior rio do mundo, mas é imbatível em volume d'água. Recebe cerca de 200.00 Km2 água por segundo e, em alguns pontos, o rio é tão largo que não dá para ver a outra margem.
Pororoca

Na foz do rio Amazonas, quando a maré sobe, ocorrem choques de águas, elevando vagalhões que podem ocasionar naufrágios e são ouvidos a quilômetros de distância, é a pororoca.

O volume de água do rio Amazonas é tão grande que sua foz, ao contrário dos outros rios, consegue empurrar a água do mar por muitos quilômetros. O oceano atlântico só consegue reverter isso durante a lua nova quando, finalmente, vence a resistência do rio. O choque entre as águas provoca ondas que podem alcançar até 5m e avança rio adentro. Este choque das águas tem uma força tão grande que é capaz de derrubar árvores e modificar o leito do rio.

No dialeto indígena do baixo Amazonas o fenômeno da pororoca tem o seu significado exato, poroc-poroc, que significa destruidor.

Embora a pororoca aconteça todos os dias, o período de maior intensidade no Brasil acontece entre janeiro e maio e não é um fenômeno exclusivo do Amazonas. Acontece nos estuários rasos de todos rios que desembocam no golfo amazônico e no rio Araguari, no litoral do Estado do Amapá, e também nos rios Sena e Ganges.
Rio Negro

Suas águas são mesmo muito escuras. Isso acontece por causa da decomposição da matéria orgânica vegetal que cobre o solo das florestas e é carregada pela inundações.

Como a água é muito ácida e pobre em nutrientes, é este processo que garante a maior parte dos alimentos consumidos pela fauna aquática.
Rio Solimões

Quando o rio Solimões se encontra com o Negro (ganhando o nome de rio Amazonas), ele fica bicolor. Isso acontece por que as águas, com cores contrastantes, percorrem vários quilômetros sem se misturar.