domingo, 4 de setembro de 2011

Greve deixa 24,5 mil índios sem médico na Amazônia

Agentes de saúde do Amazonas paralisam atendimento por atraso de salário

Pelo menos 24,5 mil índios da região amazônica estão sem atendimento médico, desde que agentes de saúde entraram em greve na semana passada, por atraso no pagamento de salário via convênio firmado com a Fundação Nacional da Saúde (Funasa). As informações foram divulgadas neste sábado pelo jornal O Estado de S. Paulo.


De acordo com a reportagem, a paralisação fechou 19 locais de atendimento na área do município de São Gabriel da Cachoeira, no extremo noroeste do Amazonas. Conhecidos como polo-base, esses centros cobrem um conjunto de aldeias, prestam assistência às comunidades e executam programas do governo, como campanhas de vacinação.

Com a greve, as campanhas foram suspensas e o atendimento dos casos mais graves é feito em um hospital na sede do município, já sobrecarregado, segundo profissionais de saúde ouvidos pelo Estado. Uma criança de 2 meses com pneumonia só conseguiu ser atendida graças à ajuda do Exército. A viagem de barco dentro do município pode levar até cinco dias.

Ao todo, 340 profissionais de saúde, entre enfermeiros, médicos, técnicos de enfermagem e dentistas, estão em greve. O grupo alega que há atraso de dois meses no pagamento de salário (para o governo, é um), falta de remédios e de apoio logístico para os deslocamentos às aldeias.

"A população indígena está largada", diz uma enfermeira que pediu para não ser identificada. "Aqui sempre passamos por sérias dificuldades: quando tem combustível pro barco, não tem medicamento. Sempre falta uma coisa."

De acordo com um outro enfermeiro, houve casos de agentes de saúde que tinham à disposição apenas três frascos do analgésico paracetamol para atender a cerca de 3 mil pessoas. "A gente tem de fazer uma mágica pra render", afirma.

O convênio em questão, de R$ 7,9 milhões, foi firmado pela Funasa com a ONG Associação dos Trabalhadores de Enfermagem de São Gabriel da Cachoeira. A duração prevista inicialmente era de maio de 2010 a maio de 2011, o que acabou sendo prorrogado até outubro deste ano. A ONG diz que o governo lhe deve R$ 4,1 milhões.

"Estamos aguardando a resolução desse impasse. O movimento de greve é um direito dos profissionais, que têm de reivindicar e mobilizar o governo para dar importância aos serviços prestados", afirma a presidente da ONG, Rosilda Trindade.

Outro lado. A ONG alega que a criação, em 2010, da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), braço do Ministério da Saúde que assumiu funções atribuídas anteriormente à Funasa, pode ter atrapalhado o processo burocrático de liberação da verba.

Ao Estado, a assessoria do Ministério da Saúde informou que o valor referente ao recurso aditivo (R$ 4,1 milhões) foi empenhado ontem pelo governo e a demora no pagamento se deveu a "ajustes jurídicos" entre a associação e a Funasa. Sobre insumos, a pasta diz que não há falta de medicamentos, mas admite que houve redução no estoque de apenas um medicamento - paracetamol -, o que deve ser corrigido o mais rápido possível.

Insensibilidade. Para o presidente da Federação das Organizações Indígenas do Alto Rio Negro, Abraão Franco, falta sensibilidade para cuidar da questão. "O governo federal criou uma secretaria fazendo ligação direta do Ministério da Saúde com a população indígena para facilitar o repasse dos recursos, mas não tem sensibilidade de repassá-los de forma adequada", criticou.

Projeto vai distribuir Tablets a estudantes do Amazonas

Estado deverá ser contemplado com medida, que visa universalizar acesso de alunos de escolas públicas a essa tecnologia

O tablet é um computador em forma de prancheta eletrônica, sem teclado e com tela sensível ao toque

O anúncio feito pelo ministro Fernando Haddad, da Educação, do projeto de distribuir tablets nas escolas públicas a partir do próximo ano, deve contemplar o Amazonas. Para o diretor do Departamento de Infraestrutura da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), Rossieli Soares da Silva, a medida será de extrema importância pelo compromisso do MEC, de universalizar o acesso dos alunos a essa tecnologia, mas ele adverte que o uso deste equipamento não deve ser visto como substituto do livro, mas sim como fonte complementar de informações.

 O tablet é um computador em forma de prancheta eletrônica, sem teclado e com tela sensível ao toque. Tem tela entre 7 e 10 polegadas e vem com conexão Wi-Fi. Alguns também usam conexão 3G. O ministério pretende, com a aquisição desses equipamentos, fortalecer a indústria, os autores, as editoras, para que não venham a sofrer um problema de sustentabilidade, com a questão da pirataria.

 Haddad afirmou não poder dizer ainda qual o volume de tablets a ser comprado, mas estimou ser de “centenas de milhares”. Ele destacou que a iniciativa está sendo executada em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). “O MEC, neste ano, já publica o edital de tablets, com produção local, totalmente desonerado de impostos, com aval do Ministério da Fazenda. Em 2012, já haverá uma escala razoável na distribuição de tablets”, assegurou o ministro. O diretor da Seduc lembrou que, por ser um projeto piloto, não haverá distribuição a todos os alunos e bibliotecas, mas há perspectiva de ampliação ao longo do tempo. Ele observa ter conhecimento dos avanços no desenvolvimento de software para tabletse que isso terá impacto importante na complementação em leitura, acesso à biblioteca e livro didático dos estudantes da rede.

 Embora o MEC tenha anunciado a ideia como política pública a ser implementada no ano que vem, a Seduc fez contato com o órgão federal, mas tudo está previsto para acontecer a partir do ano que vem, explicou Rossieli, para descartar a ideia de que o tablet poderá ser usado no futuro como substituto do livro. Pelo contrário, assegurou ele, dizendo que o equipamentos será um importante complemento educacional em sala de aula.

Áreas desmatadas da Amazônia viram pasto

Virou pasto a maioria das áreas desmatadas na floresta amazônica. Imagens de satélites analisadas pelo governo mostraram que dos 719 mil quilômetros quadrados de árvores abatidas até 2008, pouco mais de 62% são ocupados atualmente por pastagens e outros 20% passam por processo de recuperação natural da vegetação.


A agricultura, sobretudo destinada à produção de grãos, ocupa menos de 5% da área total desmatada, que representava, há três anos, o equivalente a 17,5% da Amazônia.

Os dados constam de estudo feito em parceria pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e foram apresentados ontem no Palácio do Planalto.

Inédito, o estudo confirma a hipótese de que a pecuária é o grande motor do avanço das motosserras na Amazônia. Os resultados surpreendem sobretudo pela extensão de terras ocupadas pela pecuária, o que indica a baixa produtividade, principalmente nos 110 mil quilômetros quadrados em que as cabeças de gado ocupam áreas de pasto sujo ou regeneração com pasto.

De acordo com dados oficiais mais recentes, a Amazônia Legal (área um pouco maior do que o bioma Amazônia considerado no estudo) reúne 71 milhões de cabeças de gado.

Recuperada

Também foi surpreendente a quantidade de floresta em recuperação detectada pelos satélites. Essa parcela, de 150,8 mil quilômetros quadrados, cerca de cem vezes o tamanho da cidade de São Paulo, corresponde a 21% do total desmatado.

A floresta em estado de regeneração foi apontada pelo diretor do Inpe, Gilberto Câmara, como um importante ativo, por funcionar na captura de gases de efeito estufa, responsáveis pelo aquecimento global.

Já as pastagens degradadas, classificadas como pastagens com solo exposto, somam 594 quilômetros quadrados, ou 0,1% do total abatido. Um porcentual menor do que o esperado.

Absurdo

O estudo também deve reforçar os argumentos do governo na negociação da reforma do Código Florestal, ao revelar o destino da maior parcela das áreas desmatadas. O ministro Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia) defendeu uma moratória ao desmatamento na Amazônia, proposta abandonada durante os debates no Congresso.

A ministra Izabella Teixeira (Meio Ambiente) chamou a atenção para o modelo de exploração da pecuária na Amazônia. "Ter menos de uma cabeça de gado por hectare é algo inaceitável. É um desperdício porque você está substituindo a floresta por algo que não dá retorno de renda e crescimento ao País", comentou

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Floresta reduzida

Pressão de governos estaduais extingue 29 áreas protegidas na Amazônia

amazonia reduzidaUm estudo – "Ameaças formais contra as Áreas Protegidas na Amazônia" –, produzido pelos pesquisadores Paulo Barreto e Elis Araújo, ambos do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), aponta: 29 áreas protegidas na Amazônia foram reduzidas ou extintas entre 2008 e 2009.

A razão: a pressão de madeireiros, fazendeiros e dos próprios governos estaduais da região. O total de florestas perdidas no processo foi de 49 mil quilômetros quadrados (ou quase a área total do Rio Grande do Norte). A íntegra do estudo pode ser conferida no http://www.amazonia.org.br/arquivos/364632.pdf.

O trabalho analisou 37 iniciativas formais para reduzir – em tamanho ou grau de proteção – 48 Áreas Protegidas da Amazônia.  O relatório indica que, para se reduzir as áreas protegidas, foram utilizados diversos instrumentos legais, como projetos legislativos, ações judiciais, decretos do executivo e até mesmo o zoneamento ecológico econômico (ZEE).

Rondônia foi o Estado que reduziu o maior número de área protegidas.  Foram duas unidades de conservação e outras dez extintas. O relatório destaca ainda, no Estado de Mato Grosso, reduções motivadas pela existência de títulos de posse ou propriedade anteriores à criação das UCs, sem falar nos projetos de infraestrutura como estradas e Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs).

Para os pesquisadores, a manutenção de unidades de conservação é crucial para proteger a biodiversidade e reduzir o desmatamento na Amazônia.  O estudo sugere iniciativas para assegurar a integridade das áreas protegidas.

"Recomendamos punir rapidamente os crimes ambientais; consolidar esses espaços promovendo atividades econômicas sustentáveis e sua regularização fundiária; e utilizar o rigor técnico e legal para eventuais alterações", conclui os pesquisadores no relatório final.

domingo, 15 de agosto de 2010

Amazônia: aspecto negativo da pecuária é analisado

PECUARIA_AMAZONIAUm estudo de caso realizado em Xapuri (AC) concluiu que o incessante aumento do consumo de carne bovina no mundo contribuiu para que a pecuária assumisse um papel central na economia da Amazônia, com impactos ambientais negativos.
Segundo a pesquisa, a exploração de produtos alternativos em determinadas regiões poderia atrair os produtores para outras atividades ao limitar a criação de gado e reduzir a produção sobre a floresta. No entanto, as políticas públicas de valorização das atividades amazônicas têm sido insuficientes para conter o avanço das pastagens.
O estudo foi desenvolvido por pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da Universidade de São Paulo (USP), com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), e também correspondeu à dissertação de mestrado de Gabriela Bordini Prado, sob orientação da professora Helena Ribeiro, do Departamento de Saúde Ambiental da FSP-USP.
Ao relacionar dados sobre desnutrição, consumo de carne bovina e desmatamento para criação de pastagens, o trabalho teve o objetivo de avaliar as motivações da crescente pecuarização em território acriano. A literatura científica mostra que vastas áreas da Amazônia foram ocupadas por pastagens nas últimas décadas. Atualmente, cerca de 40% do abate bovino no Brasil (maior exportador mundial de carne) são provenientes da região amazônica.
“Nosso objetivo foi compreender a dinâmica da produção de gado na região. O consumo de carne vem crescendo aceleradamente no Brasil e no mundo e está associado ao aumento de doenças como a obesidade e o câncer colorretal. Por outro lado, é apontado também como um importante fator de desmatamento na Amazônia”, explicou Helena à Agência Fapesp.


Ineficiente


De acordo com a professora da FSP-USP, o consumo de carne, em ascensão, gera um mercado cada vez mais robusto e impulsiona o valor da mercadoria. No entanto é altamente ineficiente como alternativa alimentar.
“Um hectare de terra utilizada para a pecuária produz 34 quilos de carne. Na mesma área é possível produzir 6.500 quilos de milho, ou 3.800 quilos de feijão. Assim, uma região de pastagens poderia alimentar uma parcela maior da população, sem necessidade de desmatamento e ocupação de novas terras. Além disso, a dieta baseada em cereais diminuiria os impactos na saúde”, exemplificou Helena.
Além de dados da literatura internacional sobre o desmatamento na Amazônia, o estudo utilizou como base informações sobre desnutrição, consumo de carne e produção de alimentos no mundo do Escritório Regional da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).


Outro lado


O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, afirmou em 29 de julho, que é preciso compatibilizar o aumento da produção de alimentos no país com a preservação do meio ambiente. Segundo ele, o governo tem estimulado práticas de não agressão ao meio ambiente, mas é preciso “ter os pés no chão”.
“As pessoas que, às vezes, defendem a natureza têm uma boa intenção, mas não conhecem o processo produtivo rural, não são capazes de entender que é perfeitamente possível compatibilizar [produção e preservação]. Ninguém quer que haja erosão, assoreamento, ninguém deixa de proteger um manancial na sua propriedade. Quem mais preserva no Brasil é o produtor rural”, ressaltou, ao comentar o novo Código Florestal brasileiro.

sábado, 31 de julho de 2010

Queimadas já cresceram 58% e atingem reservas florestais

queimadasAs queimadas já cresceram 58% em todo o País em relação ao ano passado, com o registro de 16.887 focos pelo satélite de referência do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). E o fato mais grave é que o número de áreas de conservação atingidas pelos focos de incêndio mais do que dobrou nos últimos dias. Somente nesta quinta-feira, 78 reservas florestais foram atingidas pelo fogo.

Entre as reservas queimadas estão a Serra do Lajeado, em Tocantins, a Chapada das Mesas, no Maranhão, a Chapada dos Veadeiros, em Goiás, Nascentes da Serra do Cachimbo, no Pará. Das matas deterioradas pelo fogo apenas na quinta-feira, 41 são federais, 22 em reservas da Funai, 13 são estaduais e 2 pertencentes a outras entidades.

O Mato Grosso, que libera no ano em número de queimadas, com 4.013 focos, colocou em risco 13 áreas de preservação. Os focos de incêndio atingiram ainda 21 áreas matas no Pará, 10 em Rondônia, 10 no Amazonas, 9 em Tocantins, 8 no Maranhão e 4 em São Paulo. Acre, Distrito Federal, Goiás, Minas e Mato Grosso do Sul tiveram uma área de preservação, cada um, incendiadas.

Das unidades da federação, 16 aumentaram o número de queimadas e apenas 11 reduziram. Depois do Mato Grosso, Tocantins (com 2.385 focos) Bahia (1.432), Minas (1.142), Maranhão (1.127), Pará (1.032) e Goiás (1.006) lideram a vanguarda do atraso este ano.

De acordo com Alberto Setzer, especialista do Inpe, as reservas florestais queimam praticamente todos os anos, o que dificulta a sua recuperação. Em alguns Estados a determinações legais ou acordos para a redução do número de queimadas. No Mato Grosso do Sul, por exemplo, medidas surtiram efeito e o Estado reduziu em 40% os focos. Já em São Paulo, onde há um acordo com canavieiros, foi detectado um aumento de 7%.

Em 24 horas, Rondônia registra 319 focos de queimadas

queimada18rondoniaO tempo seco – típico desta época do ano no sul da Amazônia – está agravando e muito os focos de queimadas em Rondônia. Dados de satélites monitorados pelo CPTEC/INPE (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos) do (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) revelaram que entre a 0 hora (UTC) de ontem (29) e a 0 hora (UTC) desta sexta-feira, foram computados em solo rondoniense 319 focos de queimadas, a maioria em áreas de matas e pastagens.


No mesmo período de avaliação, Mato Grosso liderou o ranking nacional, com 627 focos, seguido de Tocantins, com 512 focos, Maranhão, com 491 focos, Piauí, com 486 focos e Pará, com 412 focos.

Em todo o Brasil, os satélites captaram 3813 focos de queimadas, também no mesmo período, enquanto países vizinhos como Bolívia e Paraguai registraram 1564 e 448, respectivamente.

Desde o dia 1° de julho, Rondônia acumula 445 focos de queimadas. Em 2009 no mesmo período foram computados 59 focos e em 2006, 683 focos de incêndio, em um dos anos mais tórridos da história da 'terra de Rondon'.

O sensor MODIS, do satélite AQUA da NASA (Agência Espacial Americana) conseguiu identificar focos de queimadas dentro da ‘Floresta Nacional do Bom Futuro’ e em todas as imediações de Porto Velho, além de áreas no interior do Estado.

Ab’Saber critica novo Código Florestal na SBPC

Para o geógrafo da USP, caatinga e cerrado precisam ser incluídos na nova proposta; ele pede união dos cientistas para impedir essa “reforma estúpida”

 
ad'saberA revisão proposta para o Código Florestal é uma estupidez. A afirmação é do cientista Aziz Ab’Saber, 86, professor emérito da Universidade de São Paulo (USP). O geógrafo, conhecido por ter opinião contundente sobre questões relativas à Amazônia, sacudiu a plateia durante a conferência-homenagem na 62ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Natal.


Um dos pontos da proposta de Aldo Rebelo (PCdoB-SP) que mais preocupam Ab’Saber é a fixação de limites para a preservação das margens dos rios e a tentativa da “bancada ruralista” de diminuir o percentual da Reserva Legal na Amazônia. Segundo ele, cada propriedade rural naquela região precisa preservar 80% de desmatamento em seu território. Em seu texto, o deputado propõe diminuir para 20%.

“É um retrato do que já aconteceu no Sudeste, com áreas totalmente destruídas. Não podemos permitir o mesmo na Amazônia”, diz o geógrafo da USP. Para ele, uma revisão do Código Florestal “precisa ser liderada por gente que conhece o assunto, o que, infelizmente, não é o caso”. Ele vai publicar esta semana um artigo com pesadas críticas ao texto de Rebelo.

Ab’Saber recebeu homenagem da SBPC por suas contribuições ao avanço da ciência no Brasil. “Um grande humanista”, declarou o presidente da entidade, Marco Antonio Raupp. O geógrafo é considerado referência nos estudos de geomorfologia e meio ambiente, e desenvolveu centenas de pesquisas e tratados de relevância internacional nas áreas de ecologia, biologia evolutiva, fitogeografia, geologia, arqueologia e geografia.

Com tamanha experiência e produção científica na área, Ab’Saber assegura que o limite de sete metros e meio após a margem de rios é insuficiente se o objetivo é realmente preservar. “Os revisores aplicam esse limite sem sequer terem ido lá para conhecer o fantástico mosaico de rios do território regional”, afirmou. Para o geógrafo, é preciso levar em consideração as diferenças de cada região.

Um dos principais teóricos da classificação morfológica da geografia brasileira, Ab’Saber é explica que Caatinga, Pantanal, Cerrado, Araucárias, entre outros, são os chamados “domínios morfoclimáticos”. “Todos precisam ser considerados a partir de suas características específicas. Por isso, o Código Florestal deveria, nessa perspectiva, ser um ‘Código da biodiversidade’”, disse o geógrafo, para quem a discussão precisa ser ampliada, já que “caatinga não é floresta, cerrado não é floresta, e precisam ser incluídos no texto”.

Nem o governo federal escapou das criticas contundentes de Ab’Saber. Segundo ele, a proposta do Código da Biodiversidade foi enviada a Brasília, mas rejeitada por ser “complexa e inoportuna”. Para reverter esse quadro, o cientista conclama os demais intelectuais da sociedade brasileira. “Bastaria que os acadêmicos conscientes da estupidez que está sendo feita se unissem para impedir essa dita reforma”, finalizou.

Após ouvir atentamente as críticas do geógrafo, Marco Antonio Raupp declarou: "Esse é o Ab'Saber. Polêmico e provocador. Isso faz dele um cientista diferenciado". A reunião da SBPC está sendo realizada no campus da Universidade Federal do Rio Grande Norte (UFRN) e termina na sexta-feira, 30.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

172 km² de desmatamento

Imazon mostra que área de floresta destruída é igual a 107 vezes o Parque do Ibirapuera
 

desmatamentoInfelizmente, tudo pode piorar. O Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), organização que faz um levantamento paralelo ao oficial da devastação na região amazônica, acaba de revelar: em junho, a destruição deste bioma chegou a 172 km². A maior parte do desmatamento ocorreu no Pará (67%). O restante aconteceu no Amazonas (13%), seguido de Mato Grosso (10%), Rondônia (8%), Acre (1%), Roraima (0,5%) e Tocantins (0,5%).

A área é equivalente a 107 vezes o tamanho do Parque Ibirapuera, em São Paulo. Ou, se preferir, a mais de 4 vezes o Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro. Detalhe: devido à cobertura de nuvens, foi possível monitorar três quartos da área com cobertura florestal na Amazônia Legal. O restante não era visível nas imagens de satélite. Em abril e maio, juntos, já haviam sido detectados 161 km² de devastação na Amazônia Legal.

Na soma acumulada de agosto de 2009 a junho de 2010, que corresponde a 11 meses do calendário oficial de medição do desmatamento, a conta da destruição da floresta atingiu 1.333 km². Ou seja, um aumento de 8% em relação ao mesmo período do ano anterior (com 1.234 km² de devastação).

Projeto prevê uso sustentável de fruteiras da Amazônia

 
cupuacuAlgumas frutas nativas da Amazônia ainda são pouco utilizadas até por quem mora na região. Mesmo aquelas com reconhecidos benefícios à saúde e com potenciais econômicos. Diante deste cenário, a Embrapa Roraima, investe em um projeto que pode significar mudanças substanciais no aproveitamento das frutas nativas da Amazônia. O projeto, que tem o pesquisador Edvan Chagas a frente, foca na valoração e no desenvolvimento de tecnologias que viabilizem o uso sustentável de fruteiras subexploradas comercialmente, em especial o camu-camuzeiro, o taperebazeiro e o açaizeiro.

Neste sentido, serão executadas ações interdisciplinares envolvendo várias instituições de pesquisa, ensino e extensão, em parceria com o setor produtivo. Pela complexidade e pela diversidade de atividades, o projeto prevê a participação de especialistas de diversas linhas de pesquisa,sob a coordenação da Embrapa Roraima. Um dos planos de ação do projeto estabelece a prospecção, a coleta, a introdução, a conservação e a caracterização morfológica e molecular das fruteiras, com ênfase nas nativas dos biomas amazônicos.

O pesquisador explica que o trabalho prevê a prospecção e a introdução de acessos já previamente selecionados de espécies - em processo de domesticação – oriundas dos programas de melhoramento genético de fruteiras nativas do país e do exterior. "Outro objetivo é coletar germoplasmas das fruteiras nativas não só de Roraima, mas também de Rondônia, Amazonas e Pará com vistas ao enriquecimento da variabilidade genética e à formação e manutenção do Banco de Germoplasma de Fruteiras Nativas da Região Amazônica", complementa Edvan. As ações também incluem a conservação dos acessos que podem dar suporte aos atuais e futuros programas de melhoramento genético na Embrapa Roraima.

Em um terceiro plano de ação, o projeto foca no comportamento adaptativo de fruteiras nativas de Roraima estabelecido pelo estudo ecofisiológico de algumas cultivares e seleções, visando a recomendação de novos genótipos. Simultaneamente, serão realizados estudos de tecnologias que viabilizem a rápida propagação de fruteiras nativas, definindo metodologias de propagação seminífera e vegetativa de novas copas e porta-enxertos para fruteiras, sob a coordenação da Embrapa Amazônia Oriental.

Transferência de tecnologias

O projeto também contempla, sob a coordenação da Universidade Federal de Lavras (MG), aplicações de técnicas de cultura de tecidos que visam identificar as condições ideais de desinfecção, estabelecimento e micropropagação in vitro das espécies de fruteiras inseridas na pesquisa. Ao longo do projeto, será feita uma avaliação pós-colheita de fruteiras nativas da Amazônia, com o objetivo de realizar a caracterização física, química, nutricional, funcional, sensorial e microbiológica dos frutos.

Na sequência, em um trabalho coordenado pela Universidade Federal de Roraima, vai se estabelecer a temperatura e o tempo de conservação refrigerada das espécies coletadas no início do projeto. Por fim, as ações estabelecem a transferência e difusão de tecnologias, com o objetivo de auxiliar na divulgação dos resultados obtidos a longo do projeto. “Neste arranjo, acreditamos que será possível somar esforços e obter excelentes resultados e impulsionar a fruticultura nativa da região Amazônica”, avalia Edvan.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Desmatamento na Amazônia cresceu 15% em junho, de acordo com Imazon

madeira_novoO desmatamento na Amazônia voltou a subir em junho, de acordo com levantamento da organização não governamental Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Os satélites registraram 172 quilômetros quadrados de derrubada da mata, aumento de 15% em relação a junho de 2009.

O Pará liderou o desmatamento no mês, com 115 quilômetros quadrados de floresta devastada (67% do total de junho), seguido pelo Amazonas, com perda de 22 quilômetros quadrados, e por Mato Grosso, que reduziu em 18 quilômetros quadrados sua vegetação nativa.

Segundo o Imazon, em junho, o desmatamento ocorreu principalmente na região da BR-163, que liga Cuiabá, MT, a Santarém, PA, nos trechos entre os municípios paraenses de Itaituba, Novo Progresso e Altamira. A derrubada também se concentrou na rodovia Transamazônica, entre os municípios de Apuí e Humaitá, no Amazonas.

Faltando um mês para completar o calendário oficial do desmatamento, que vai de agosto de um ano a julho do outro, o Imazon aponta tendência de aumento na devastação da Amazônia. No acumulado entre agosto de 2009 e junho de 2010, o desmatamento detectado pela ONG foi de 1.333 quilômetros quadrados, 8% maior que a registrada no período anterior, quando a devastação medida foi de 1.234 quilômetros quadrados.

A tendência de aumento na perda da floresta, apontada pelo Imazon, vai na contramão do que mostram até agora as estimativas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), responsável pelas estatísticas oficiais do desmatamento. Em maio, o Inpe detectou 109,6 quilômetros quadrados de novos desmatamentos, 12% menor que a área registrada pelos satélites no mesmo mês do ano passado.

Somados os primeiros dez meses do calendário oficial de desmatamento, houve redução de 47% da devastação em relação ao período anterior, de acordo com os alertas do sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Inpe.

No entanto, a tendência de redução verificada a partir dos dados do Inpe – e comemorada pelo Ministério do Meio Ambiente – ainda não inclui os números da devastação em junho e julho, meses em que as motosserras avançam mais por causa do período seco, que facilita o corte e o transporte da madeira ilegal na região.

A taxa anual do desmatamento é calculada pelo Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes), também do Inpe, e deve ser divulgada em outubro.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

O desmatamento na Amazônia

comercio madeiraNão se trata ainda de uma vitória definitiva, mas a queda de 47% do desmatamento na Amazônia entre agosto de 2009 e maio de 2010, segundo dados obtidos por satélite pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), confirma a inflexão de uma tendência, que há alguns anos parecia avassaladora, de queimadas para abrir pastos ou campos de cultivo e a exploração predatória de madeira na maior reserva florestal do mundo. Em levantamento anterior, feito entre agosto de 2008 e julho de 2009, o sistema Deter do Inpe já havia indicado uma queda de 42% no desmate, uma proporção substancial, que agora se amplia.

Os dados precisam ainda ser referendados pelo Projeto Prodes de monitoramento da floresta amazônica por satélite, cujos dados são revelados anualmente, que mede áreas menores, de menos de 50 hectares, não captadas pelo sistema Deter. Há ainda receio de que, sendo este um ano eleitoral, possa haver ingerências indevidas para aproveitamento comercial de áreas de preservação, especialmente nos meses que precedem a estação das chuvas na região, que começa em outubro. Contudo, é animador constatar que a área desmatada na Amazônia, no período coberto pelo Deter, tenha sido de 1.567 km², área pouco maior que a do Município de São Paulo (1.522 km²).

Fator de importância decisiva para esse resultado foi o corte do crédito para pecuaristas que vinham invadindo áreas preservadas da floresta e que eram considerados os principais agentes do desmatamento. Houve protestos de ruralistas contra a medida, mas não faltou o apoio de ambientalistas e de parcelas da população mobilizadas pelos meios de comunicação ou por ONGs.

Sensíveis à pressão de consumidores, redes de supermercados deixaram de adquirir carne bovina procedente de áreas de ocupação irregular. Em seguida, os frigoríficos suspenderam relações comerciais com mais de 200 fornecedores cujos cadastros indicavam que os criatórios se localizavam no bioma amazônico. A expansão da soja na região é hoje um problema menor, depois da "moratória" negociada pelo Ministério do Meio Ambiente e associações de produtores rurais.

A greve de funcionários do Ibama este ano, paralisando operações previstas, afetou a fiscalização pelo órgão, mas as suas consequências foram menos danosas do que se antecipava. Tem tido continuidade a apreensão de madeira ilegalmente cortada, embora a atividade das chamadas madeireiras piratas não tenha cessado. A ação repressora tem sido facilitada pela colaboração da Polícia Federal e de órgãos estaduais de defesa do meio ambiente. Falhas são, porém, evidentes. Os Estados de Mato Grosso e Pará, onde a pecuária está mais enraizada, continuam ainda como líderes no desmatamento.

A colaboração das populações amazônicas, inclusive das comunidades indígenas, que têm sabido defender os seus direitos, tem sido também essencial. E, embora haja empecilhos burocráticos, o Banco do Brasil e o Banco da Amazônia (Basa) têm buscado ampliar o crédito para o manejo florestal e a produção sustentável, como a extração de látex para borracha, a pesca e a chamada agricultura de baixo impacto, com a assistência técnica da Embrapa.

Para os ambientalistas, a grande ameaça é a BR-319, que liga Manaus a Porto Velho, numa extensão de 450 km. Uma parte dessa rodovia já foi asfaltada nas duas pontas, mas a conclusão do seu trecho central, de 400 km, passando pelo coração da selva, permanece suspensa. Teme-se que a nova ligação por asfalto tenha o mesmo efeito da rodovia Cuiabá-Santarém (BR-163), que acelerou a devastação de matas no Pará.

O atual governo considera a Rodovia BR-319 como vital para a economia da região e a incluiu no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Os críticos, porém, afirmam que, por mais severas que sejam as exigências ambientais, se criando uma "estrada-parque" nada impediria o desenvolvimento de núcleos populacionais, levando, em consequência, a um maior desmate.

Acre lidera o ranking nacional do preço da gasolina e etanol

combustivel-etanolA gasolina mais cara é vendida no Acre, onde o litro custa R$ 2,98. Mesmo assim ainda é mais vantajoso abastecer com gasolina já que o etanol chega a 84,31% do valor da gasolina, tornando mais caro utilizar o etanol.

Segundo o levantamento, em São Paulo, o preço do etanol está em R$ 1,679, o que equivale a 56,23% do preço da gasolina.

Especialistas do setor automotivo afirmam que  o poder calorífico do motor a álcool equivale a 70% do poder nos motores à gasolina. Se ao dividir o valor do litro do álcool pelo da gasolina o resultado ficar acima de 0,70, vale a pena escolher a gasolina. Se ficar abaixo disso, ainda compensa o álcool. Vale lembrar que o modo de dirigir e o modelo do veículo influenciam no desempenho do carro. Se o etanol custar até 70% do preço da gasolina será competitivo.

Os estados onde o etanol está competitivo são Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins. Em Alagoas e no Rio Grande do Norte é indiferente a utilização de álcool ou gasolina no tanque. Nos demais dez estados, a gasolina segue competitiva.

No estado de São Paulo, que concentra quase 60% do consumo de etanol do país, o combustível apresenta a maior vantagem. Considerando o preço médio da gasolina de R$ 2,399 por litro, o etanol hidratado é competitivo até R$ 1,679 e, na média da ANP, o preço em São Paulo ficou em R$ 1,349 por litro, 19,66 % abaixo do ponto de equilíbrio entre gasolina e etanol.

domingo, 18 de julho de 2010

Floresta à venda

Alguns anos atrás era comum a extração de madeira e as serrarias5967261 estavam por toda parte. O discurso da preservação da Amazônia foi pouco a pouco sendo assimilado e diversas políticas públicas foram implementadas no sentido de coibir a devastação do meio ambiente com a maior biodiversidade do planeta.
No entanto, o que houve na verdade foi uma mudança de papéis. A extração que antes era realizada pelos pequenos agricultores espalhados pelo bioma amazônico foi dando lugar à empresas exportadoras de madeira. Os projetos de manejo florestal que, em tese, deveriam beneficiar os produtores rurais de forma que pudessem explorar a floresta de forma racional sem degradar o meio ambiente, na verdade beneficiam os grandes exportadores que exploram os pequenos proprietários das terras pagando somas irrisórias por madeira de alto valor no mercado internacional. 
Apesar da repressão ainda é comum ver enormes caminhões carregados com toras de madeira de lei trafegando pelas estradas na madrugada, burlando a fiscalização e transportando madeira ilegal. Madeira essa que é misturada a madeira retirada legalmente nos projetos de manejo e vendidas juntas como madeira certificada.
A "repressão" tirou a renda da floresta das mãos dos pobres e colocou nas mãos de poucos que conseguem as licenças e certificações junto à administração pública. Vejam por exemplo o anúncio da Catena & Castro no site: http://catenaecastro.com.br/
Fazenda de mata nativa totalmente regularizada, no Estado do Acre, com área total de 152.213 hectares, dividida em matrí­culas, perfeitamente discriminadas, com CCIR, com registro e averbação autorizado pelo Instituto do Meio Ambiente do Acre, efetivado em 2008. "Projeto de manejo sustentável já aprovado para execução em três fases, com a documentação 100% regularizada."
Ora, o que são 150 mil hectares por apenas 70 milhões de euros? Para os pequenos produtores conseguirem uma licença ambiental para projeto de manejo florestal é uma burocracia enorme. Quando é que o povo da floresta vai ser realmente dono de suas terras?
Leia o anúncio completo:
Fazenda com Madeira a Venda Acre Amazônia Brasil - 70 milhões de Euros.
Fazenda de mata nativa totalmente regularizada, no Estado do Acre, com área total de 152.213 hectares, dividida em matrí­culas, perfeitamente discriminadas, com CCIR, com registro e averbação autorizado pelo Instituto do Meio Ambiente do Acre, efetivado em 2008.
Projeto de manejo sustentável já aprovado para execução em três fases, com a documentação 100% regularizada, com autorização lavrada para extração de madeira (toras) acima de 50 cm de circunferência. Em levantamento na área foi constatado que cada hectare contém no mí­nimo 10 árvores com a espessura mí­nima para corte.
Para cada fase do projeto de manejo há a possibilidade de exploração de 50.737 hectares, com projeção de retirada de 1.522.110 m³ de madeira, possibilitando um retorno do capital investido de forma concreta e segura.
Includes: madeira amazônica - projeto de manejo - extração de madeira legalizada - projeto extração madeira dentro da lei - preservação selva com projeto de madeira - extração de madeira com preservação selva amazonas- floresta preservada com extração de madeira - floresta e projeto de extração madeira.
Maiores informações contate: http://primeproperty.catenaecastro.com.br/contact
Valor: Euros 70.000.000,00 (setenta milhões de euros)
Citação
http://primeproperty.catenaecastro.com.br/fazenda-com-madeira-venda-acre-amazonia-brasil

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Desmate ainda é a principal causa da emissão de gases de efeito estufa


Com 51,9% de contribuição, o desmatamento da Amazônia continua sendo a principal causa das emissões de gases de efeito estufa no país. Ou seja, além de causar prejuízos de toda ordem às riquezas naturais existentes na grande floresta, a sua devastação ainda é a principal razão da colaboração que o Brasil dá em termos de emissões de gases que causam o efeito estufa e o conseqüente aumento da temperatura do planeta.

Os dados constam de uma estimativa feita por cientistas da Universidade de São Paulo (USP), ao calcularam que as emissões de gases do efeito estufa no Brasil aumentaram 24,6% entre 1990 e 2005. Segundo publicou o jornal Folha de São Paulo, o trabalho dos cientistas da USP, liderado por Carlos Cerri, sai às vésperas de o Ministério do Meio Ambiente (MMA) divulgar suas próprias estimativas. Segundo a Folha, os dois estudos preenchem um vácuo de informação deixado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), que produz os dados oficiais, e deve divulgar o próximo inventário só no ano que vem.

O trabalho da USP também mostra que o perfil brasileiro de emissões de gases de efeito estuga está mudando. Isto porque os gases-estufa do desmatamento cresceram 8,1% entre 1994 e 2005, taxa menor que a de outros tipos de fonte. Emissões vindas de energia, agropecuária, indústria e lixo tiveram, juntas, aumento médio de 41%. Mesmo com essa diferença, porém, o desmate continua sendo o principal emissor, representando 51,9% do total.

Descontando a perda de floresta, o estudo da USP permite comparar o Brasil a outros países. O crescimento de 41% foi menor que o de muitos países ricos que deveriam estar cortando emissões em vez de aumentar, conforme prevê o Protocolo de Kyoto. Gigantes pobres como China e Índia também tiveram aumentos maiores (89% e 62%, respectivamente). As emissões de não-desmate do Brasil, porém, subiram mais que a média mundial de 28,1% - puxadas por uma matriz energética mais suja e pelos transportes.

Segundo a Folha, os cálculos de Cerri e seus colegas saem em um artigo na edição desta semana da revista "Scientia Agricola". O trabalho, que levou cerca de um ano, é basicamente a compilação de dados de outros levantamentos já publicados, incluindo o inventário oficial de 1994. Cada fonte de dados teve de receber tratamento estatístico adequado para ser unida às outras.

sábado, 24 de outubro de 2009

Cerrado pode sumir em 2060


Especialistas discutem o futuro do bioma e advertem que, mantido o atual ritmo de destruição, ele estará extinto em 50 anos

O alto índice de desmatamento do cerrado, segundo maior bioma do Brasil, preocupa cada dia mais os ambientalistas. De 2002 a 2008, 1% do cerrado desapareceu por ano — o que representa um total de 127.560km² de área devastada. Alguns estudiosos chegam a arriscar que, se for mantido o atual ritmo acelerado de destruição, o bioma tende a desaparecer dentro de 50 anos. Desde o início da construção de Brasília, na década de 1950, cerca de 68% do cerrado desapareceram do mapa. A esperança dos especialistas está nas 53 unidades de conservação espalhadas pelo território nacional. O problema é que elas representam apenas 7% do total de 2.039.386 km² do bioma. A saída é, então, desenvolver ações criativas para impedir um futuro pior.

Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente (MMA), o DF é a unidade da Federação que menos desmatou o cerrado nos últimos seis anos. E é a única que no país que tem 93% do território protegido contra desmatamento. Fotos tiradas de satélites e o trabalho de ambientalistas mostram, no entanto, uma realidade diferente. Com a devastação em grande escala, cerca de 12 mil espécies de plantas, 320 mil de animais e as principais bacias hidrográficas do Brasil correm perigo. Os números são preocupantes, mas levantamentos como este são necessários para atualizar o mapa da devastação do bioma no país e, a partir daí, definir as metas para recuperar o tempo perdido. A preservação do cerrado foi o tema de debate, ontem pela manhã, no auditório da Reitoria da Universidade de Brasília (UnB). Três estudiosos se reuniram para apresentar os números e discutir o futuro do bioma.

Perdas

O chefe do Departamento de Conservação da Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente e professor do Departamento de Ecologia da UnB, Bráulio Ferreira de Souza Dias, iniciou há oito anos uma pesquisa para estudar o mapa de devastação do Cerrado. A primeira análise, realizada em 2002 com ajuda de imagens capturadas por dois satélites, mostrou que 41,9% do ecossistema estava destruído. Naquela época, blocos de 40 hectares de terra passaram pela pesquisa. Em 2008, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) voltou à região, que abrange 11 estados e o Distrito Federal, para detalhar a pesquisa. O resultado: 127.560 km² a menos de cerrado. “Se continuarmos neste ritmo, vamos ficar apenas com as unidades de conservação do bioma, que alcança 7% de todo o cerrado. Destes, apenas 2,5% têm garantias de conservação integral. É insuficiente para garantir a biodiversidade do cerrado”, explicou Bráulio.

A doutora em biologia animal da UnB Keila Macfadem ressaltou a preocupação em relação aos animais do cerrado. Segundo ela, 10 espécies de mamíferos do bioma correm risco de desaparecer em 50 anos se não foram desenvolvidas políticas ambientais para impedir a devastação. Com a proliferação das áreas urbanas ou ainda de campos de plantação e criação de gado, as unidades de conservação ficaram afastadas umas das outras. Outro fato recorrente é o fechamento dos corredores ecológicos, que permitem a circulação dos bichos entre as áreas protegidas. Dessa forma, os animais têm dificuldades para procriar. O tatu-canastra, por exemplo, foi encontrado apenas no Parque da Água Mineral. E as antas só vivem no Parque Nacional ou na Estação Ecológica de Águas Emendadas.

Como consequência, os animais são obrigados a correr o risco em estradas, comer lixo em áreas próximas às cidades e ainda se proteger de animais urbanos, como cachorros. Para desenvolver a pesquisa, Keila Macfadem analisou 35 espécies de mamíferos na região. Para compreender a rotina e aprender sobre a vida dos bichos, ela instalou de 70 câmeras fotográficas em pontos estratégicos de três áreas de conservação ambiental do Centro-Oeste — Estação Ecológica de Águas Emendadas, Parque Nacional da Água Mineral e Área de Proteção Ambiental Gama/Cabeça-de-Veado. O trabalho foi realizado por quatro meses, sendo que dois de chuva e dois de seca.

Conflitos

Os palestrantes apresentaram mapas da devastação a partir da década de 1950. Em 1954, o cerrado tomava conta de quase todo o centro do Brasil. Mas, a partir da construção de Brasília e a ocupação urbana, a região de mata diminuía aos poucos. O professor Bráulio citou ainda conflitos sobre o uso da terra, as mudanças drásticas do clima e o constante desmatamento que, somados, aumentaram a temperatura média do planeta e alterou as condições do meio ambiente. “A situação é perigosa. E o meio ambiente não vai sobreviver”, alertou Bráulio. O presidente do Instituto Brasília Ambiental (Ibram), Gustavo Souto Maior, acrescentou à lista de colaboradores da devastação a proliferação de condomínios irregulares e a ocupação desordenada do solo. “As unidades de conservação estão asfixiadas pelo lixão da Estrutural e pelo Setor de Oficinas, no fim da Asa Norte, por exemplo. As unidades foram separadas em ilhas”, contou.

Souto Maior também ressaltou a falta de recursos dos governos federal e estadual para investir na preservação do meio ambiente. À frente do instituto há dois anos e meio, ele contou sobre a dificuldade dos órgãos ambientais em conter o ritmo da devastação. Ele citou, por exemplo, que o Ibram recebe 0,023% de todo o orçamento do Governo do Distrito Federal por ano para cuidar do meio ambiente. Para o Ministério do Meio Ambiente é destinado 0,11% do orçamento federal. “A tendência é que nem as unidades de preservação sejam respeitadas. Acho que tem, sim, solução se começarmos a lutar pelo espaço agora”, disse. Para ele, a população também deve se engajar com coragem e criatividade para reverter a atual situação. “Tem que haver o equilíbrio entre o meio ambiente e o desenvolvimento econômico”, sugeriu Gustavo.

Acordo climático em risco: Lula, é hora de agir!

O acordo climático que deverá ser fechado este ano está em risco. Declarações recentes de importantes líderes mundiais, dentre eles da União Européia e Estados Unidos, sugerem que em Copenhague se discuta o futuro da humanidade de forma meramente voluntária. O WWF-Brasil, através de carta enviada nesta tarde, urge que o Presidente Lula e seus Ministros conclamem os demais líderes mundiais para um esforço global pelo único resultado aceitável em Copenhague: um acordo ambicioso, justo e com força de lei. O fracasso em Copenhague representa um alto risco de instabilidade que implicará em custos sociais, ambientais e econômicos para todos os países.

“Consideramos que o apoio do Presidente Lula como líder global é fundamental para que o acordo de clima não se restrinja a uma carta de boas intenções e seja realmente um compromisso com força de lei internacional”, afirma Denise Hamú, secretária-geral do WWF-Brasil.

“O crescente pessimismo entre líderes das nações mais ricas, principalmente nos últimos dias, não pode tomar conta das negociações. O que o mundo necessita agora é de vontade política para a tomada das decisões necessárias”, completa.

O Brasil tem se mostrado colaborativo nesse processo, rejeitando a possibilidade de não haver um acordo forte em Copenhague. “Precisamos desse tipo de movimentação política e de ações fortes de países em desenvolvimento como China, Índia e Brasil para pressionar cada vez mais os países desenvolvidos a trabalharem por um acordo com força de lei, com reduções drásticas de suas emissões e financiamento do desenvolvimento de baixo carbono”, contextualiza Carlos Rittl, coordenador do programa Mudanças Climáticas e Energia do WWF-Brasil.

Resgate das declarações otimistas

Na última Cúpula de Clima em setembro, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, resumiu comentários de mais de 100 chefes de Estado como “um desejo vivo por todos os líderes de contribuir para o êxito das negociações em Copenhague”. Ainda de acordo com o secretário-geral, “Eles [os chefes de Estado] também manifestaram a disponibilidade para comprometer suas nações para alcançar um acordo eficaz que seja colocado em prática por todos.”

“Pelo menos dois terços das nações mundiais, empresas e novos mercados estão ‘prontos e esperando’ pelas certezas que trará um acordo com força de lei a ser assinado em Copenhague”, afirma Kim Carstensen, líder da Iniciativa Global de Clima da Rede WWF.

“Passamos quase dois anos para criar todas as bases para o novo acordo e obtermos um resultado inovador em Copenhague. O que precisamos agora é de vontade política e determinação, não de sinais confusos como os que estão sendo enviados por alguns líderes”, explica Carstensen.

Nos próximos meses haverá uma série de uma série de reuniões de chefes de Estado e serão ótimas oportunidades para repetirem o compromisso que fizeram na ONU.

Os líderes da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean) estão reunidos hoje e neste fim de semana. Chefes de Estado europeus se reúnem na próxima semana para acordar uma posição sobre financiamento de ações sobre mudanças climáticas. Um encontro da Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico (Apec) está marcado para novembro. Além dessas, outras reuniões bilaterais também estão previstas até o fim de novembro.

"Esperamos que os líderes coloquem as negociações de volta nos trilhos da responsabilidade", afirma Carstensen.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Governo libera áreas em florestas públicas para exploração privada

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, anunciou um pacote de concessão de 2,7 milhões de hectares em áreas de florestas públicas na Amazônia para a exploração pelo setor privado até 2010. Mesmo tendo concluído somente a licitação de 96 mil hectares da Floresta Nacional do Jamari (RO), o governo calcula ser possível elevar a oferta anual de madeira legal dos atuais 75 mil para 840 mil metros cúbicos em seis novas áreas até o fim do próximo ano.

Minc também busca dar uma resposta política aos apelos do setor madeireiro pela aprovação de novos planos de manejo que garantam a manutenção da atividade empresarial. O manejo permite a exploração anual, planejada e seletiva de 20% da área concedida. Em geral, são cortadas cinco ou seis árvores das 500 normalmente encontradas em cada hectare de floresta na Amazônia. As concessões, que serão fiscalizadas pelo Ibama e auditadas, terão prazo de 40 anos. Hoje, há 211 milhões de hectares de florestas públicas.

O novo pacote do governo deve elevar a oferta anual em cerca de 38 mil caminhões de madeira nos Estados do Acre, Amazonas, Pará e Rondônia. "A floresta em pé tem que valer mais do que a derrubada", disse Minc. "Hoje, a repressão é precária, temporária, custosa e gera impactos sociais. Vamos criar a base para uma nova economia na Amazônia". O pacote de concessões deve permitir, segundo ele, a geração de 12 mil empregos no setor madeireiro com uma arrecadação estimada de R$ 430 milhões ao longo da cadeia produtiva.

Em ano eleitoral, a repressão à exploração ilegal de madeira, até aqui parcialmente responsável pela redução do desmatamento na Amazônia, ficará mais difícil em razão dos acordo políticos e as reações no Congresso. Sem planos de manejo para essas áreas, cresce o estímulo à derrubada da Amazônia e à grilagem de terras para a exploração ilegal, como ocorre em áreas na área de influência das BRs 163 (Cuiabá-Santarém) e 319 (Manaus-Porto Velho).

Além da única área já concedida em Rondônia, está em curso a licitação de 140 mil hectares e 100 mil m3 anuais da Floresta Nacional Saracá-Taquera (PA), suspensa após pedido de impugnação do edital. O governo prevê conceder 1,5 milhão de hectares nas florestas de Trairão, Altamira e Jamanxim (PA); 860 mil hectares de Amana e Crepori (área da BR-163); e outros 369 mil hectares de Macauã, São Francisco (AC) e Jacundá (RO). O Instituto Chico Mendes também aprovou ontem novos planos de manejo para 256 mil hectares da floresta de Purus e de 311 mil hectares de Mapiá-Inauini (AM).

O ministro diz que a concessão, criticada por parlamentares ruralistas da bancada da Amazônia como "privatização da floresta", é uma solução para eliminar a derrubada ilegal quando conjugada com regularização fundiária, crédito para assistência técnica e preços de garantia ao extrativismo na Amazônia. "Enquanto for mais fácil derrubar e for difícil fazer a coisa certa, esta guerra está perdida. Sabemos que não vamos resolver um problema econômico com medidas policiais", afirmou. As concessões para exploração comercial contribuem, segundo ele, para a redução da devastação das florestas por serem alternativas econômicas ao desmatamento ilegal.

As florestas nacionais têm que ser incluídas no Plano de Outorga Florestal 2010 para obter a condição de concessão. O Serviço Florestal Brasileiro (SFB) informa que o aumento da fiscalização na Amazônia provocou uma redução da quantidade de madeira oferecida ilegalmente por madeireiras clandestinas.

"A exigência do mercado é que a madeira seja legal e rastreada", afirmou o diretor-geral do SFB, Antonio Carlos Hummel. O mercado internacional, segundo ele, passará a exigir a elevação da oferta de madeira legal para suprir sua demanda. "Por isso, a Lei de Gestão de Florestas Públicas, aprovada em 2006, foi um marco. Os ativos florestais também se valorizaram por causa das discussões sobre mudanças climáticas", afirmou.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Estudo revela Amazônia desconhecida e preservada

Depois de um ano de trabalho, o Exército acaba de concluir a primeira parte de um tipo de levantamento cartográfico inédito na Amazônia.

Na região estudada --que fica a noroeste, é conhecida como Cabeça do Cachorro e ocupa uma área equivalente à Alemanha (350 mil quilômetros quadrados)--, as primeiras conclusões indicam que ali a floresta está mais preservada do que há 30 anos, possui inúmeros igarapés jamais visualizados nas imagens de satélites e perdeu comunidades indígenas pelas dificuldades de sobrevivência.

A partir de 2010, começarão os estudos para avaliar as espécies vegetais da região (principalmente as castanheiras e seringueiras, típicas da floresta existente no local), seu valor comercial, a composição geológica do solo e o desenho pormenorizado dos novos riachos descobertos, trabalhos que serão feito pelo Ministério das Minas e Energia e pela Marinha, respectivamente.

Os resultados vão revelar inicialmente o perfil de São Gabriel da Cachoeira e Barcelos, as duas primeiras das dez microrregiões em que a Cabeça do Cachorro foi dividida para a realização da pesquisa, que ao todo vai demorar cinco anos e custará, incluindo partes náutica e geológica, R$ 150 milhões.

As cartas mais recentes sobre a Amazônia são dos anos 1990 e não incluem a região da Cabeça do Cachorro. "Temos ali um vazio cartográfico, um nada. É difícil até mesmo organizar os trabalhos de fronteira que precisamos realizar", diz o general Augusto Heleno, chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército.

Sem surpresa

Os primeiros resultados do levantamento, feito sob a coordenação do general Ronalt Vieira, não surpreenderam o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), responsável pelos números oficiais do desmatamento no país, nem os ambientalistas.

"Todo o oeste da Amazônia, como é o caso, não possui estradas. Como o acesso é somente por rios, isso dificultada a exploração. E o fato de não se ter gado ali permite uma regeneração rápida da mata, porque o gado compacta o solo e dificulta o florescimento das sementes de maneira natural", diz Dalton Valeriano, pesquisador do Inpe especializado na região.

Segundo números do instituto, o desmatamento de floresta nativa em São Gabriel da Cachoeira caiu de 1.500 km2, em 2003, para 610 km2 em 2007.

Trata-se de uma realidade complemente diferente daquela encontrada, por exemplo, no Estado do Pará, um dos mais atingidos pelo desmatamento, decorrente, primeiro, da exploração ilegal de madeira e, na sequência, do gado.

Dados positivos

Em junho, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, apresentou os números mais novos sobre o desmatamento, que são positivos: de fevereiro a abril, a área devastada foi de 197 km 2, contra 1.900 km2 no mesmo período de 2008.

Ou seja, houve redução de 90%, mas, de acordo com o ministro, a maior quantidade de nuvens neste ano pode ter impedido a captação de imagens de novas áreas desmatadas.

"A inexistência de estradas e a falta de perspectiva de haver doação de área pública são fatores fundamentais para a preservação da região noroeste da Amazônia", diz Paulo Barreto, da ONG Imazon.

Tecnologia

O trabalho do Exército também é inédito pela tecnologia que utiliza, cujas fotos tiradas de um avião ultrapassam a copa das árvores, dando uma visão mais precisa sobre a vegetação e também o relevo, dados que ficavam prejudicados com a limitação de imagens colhidas por satélite, que esbarraram nas nuvens principalmente.

A disciplina militar e o conhecimento da região --boa parte dos soldados envolvidos na ação tem origem indígena-- são fundamentais para o trabalho. São 20 dias de viagem por rio para a chegada do combustível à Cabeça do Cachorro.

O avião empregado no trabalho de mapeamento da região começou a voar em outubro. Até o final de maio, foram consumidos 1 milhão de litros de querosene nos voos.

Pelos dados do general Ronalt, nos três próximos anos, tempo em que ele pretende concluir a parte de voo e registro de imagens da região inteira, o avião empregado no trabalho terá voado 900 mil quilômetros quadrados --teria dado, mais ou menos, 40 voltas em torno da terra.

Números do Inpe começam a confirmar previsão de Minc sobre desmatamento. Ministro do Meio Ambiente diz que devastação será a menor já registrada.


Imagens de satélite mostram redução constante da derrubada da floresta.

Já faz alguns meses que o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, vem prometendo que o desmatamento entre 2008 e 2009 será o menor desde que o Brasil começou a medir a devastação da Amazônia. Nesta terça-feira (4), em Brasília, o ministro reforçou sua expectativa: "Se nada de extraordinário ocorrer, teremos a confirmação do menor desmatamento dos últimos 20 anos", disse ele, segundo nota divulgada pelo ministério.

A diferença é que, desta vez, os números do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) já começam a confirmar a previsão de Minc. Segundo o último estudo do instituto, a floresta perdeu 578 km² em junho. O número é 33% inferior ao mesmo mês do ano anterior e a menor taxa desde 2004, quando o monitoramento mensal começou a ser realizado.

Por causa da grande quantidade de nuvens que pairavam sobre a Amazônia nos últimos meses, havia expectativa de que o desmatamento medido em junho – quando o tempo melhorou – revelasse grandes áreas desmatadas que poderiam estar invisíveis sob a lente dos satélites.

Não foi o que ocorreu. Apesar do aumento do desmatamento em relação ao mês anterior – em maio, foram 128 km² derrubados –, este já é a oitava leitura mensal do Inpe em que o desmatamento cai em relação ao mesmo período do ano anterior, revelando uma redução consistente do desmatamento.


Medição paralela

As estatísticas de desmatamento divulgadas pela ONG Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia), apesar de serem baseadas em metodologia diferente da usada pelo Inpe, também indicam queda constante do ritmo de devastação. Segundo a organização, a floresta amazônica perdeu 150 km² em junho – redução de 75% em relação a junho de 2008, quando o desmatamento somou 612 quilômetros quadrados.

Na semana passada, o pesquisador Adalberto Veríssimo, um dos autores do estudo da ONG, concordou com as previsões de Minc sobre a queda do desmatamento. O cientista alertou, contudo, que no segundo semestre o desmatamento pode subir novamente.

O crescimento da economia, somado a um verão seco, podem estimular o corte das árvores. Além disso, Veríssimo aponta a proximidade das eleições como um dos fatores que aumentam a devastação “Infelizmente, a floresta é barganhada”, afirmou.

Minc, apesar de otimista, está apreensivo em relação à próxima medição. “Julho é um mês terrível. E vai ser difícil reduzir o desmatamento em relação a julho de 2008, que foi de cerca de 300 quilômetros quadrados”, disse ele, segundo a Agência Brasil.


Período de um ano

Os dados anuais de desmatamento serão divulgados pelo Inpe no final do ano. O calendário utilizado pelo instituto vai de agosto a julho. Assim, a taxa equivalerá à devastação ocorrida entre 2008 e 2009.

O ministro calcula que as estatísticas apontem entre oito e nove mil quilômetros quadrados destruídos. Se isso se confirmar, será a menor taxa desde 1988, quando o Inpe começou a medir o desmatamento. Até hoje, o menor nível detectado foi em 1991 (11.030 km²). No ano passado, foi registrada a terceira menor estatística anual, de 12.911 km².


Comparação mensal

Considerando as medições feitas a cada 30 dias, a previsão de Minc parece estar certa. Nos últimos 11 meses, o Inpe apontou que 3.534 km² de florestas foram devastadas. No período anterior (agosto de 2007 a junho de 2008), haviam sido detectados 7.817 km² de florestas derrubadas.

A conta só não pode ser simplificada assim porque a leitura anual, chamada de Prodes, considera apenas os locais onde a floresta foi completamente derrubada – o conhecido “corte raso” –, enquanto a leitura mensal, chamada de DETER (Detecção do Desmatamento em Tempo Real), inclui os locais onde a mata foi parcialmente destruída – a tecnicamente denominada “degradação florestal”.

Outra diferença entre as duas estatísticas é que o Prodes utiliza imagens de resolução melhor que o Deter, conseguindo verificar desmatamentos menores.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Ocupação ilegal de terras favorece desmatamento em Rondônia


Quarenta anos de desmatamento, queimadas e rebanhos ilegais: quase metade da floresta amazônica existente em Rondônia foi devastada pelas mãos de garimpeiros, pecuaristas, grileiros. Nem as áreas protegidas - e proibidas - escapam.

Entre os estados amazônicos, Rondônia é o que mais sofreu com o desmatamento. Dados recentes do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia mostram que, entre agosto de 2007 e agosto de 2008, a destruição da floresta aumentou cerca de 23%. Ao todo, 38% da vegetação desapareceram. Depois das áreas particulares, o desmatamento se concentra em unidades de proteção permanente e reservas indígenas.

A reportagem foi até uma fazenda dentro de uma reserva indígena. Quando se olha pela primeira vez, a impressão que se tem é de que no local nunca existiu uma árvore da Amazônia. O que era floresta virou pasto.

Na Floresta Nacional do Bom Futuro, há muitas clareiras. O avanço da pecuária desrespeita as regras do plano de uso sustentável da terra. É uma disputa complicada, de pelo menos duas décadas.

Em Alto Paraíso, a 200 quilômetros de Porto Velho é possível encontrar gente simples, mas que não se intimida - mesmo contrariando a lei. Vivem ali 3.500 mil famílias, como a do agricultor Antônio Bernardes. Ele diz que comprou a terra de um grileiro, sem saber que era proibido.

“Eu nunca tinha trabalhado na roça, mas vi uma possibilidade de ter uma terra. Fui à casa desse rapaz que disse que tinha terra para vender. Nunca ninguém veio falar que não podia. Acho que no início, quando eu tinha comprado, se chegasse e dissesse que não podia, eu sairia”, aponta o agricultor.

Mas nem todos foram enganados. “Achei que aqui era uma terra da União, como eu acho que é até hoje”, diz Eliseu, que mora há seis anos dentro da floresta nacional e não pretende retirar as 200 cabeças de gado criadas em sua fazenda.

“Eu adquiri o direito de posse. Rondônia só tem 18% de área escriturada, o resto, 82%, não tem documento algum. Em Rondônia é um problema sério isso”, justifica.

Derly trabalhou cinco anos na construção civil na Espanha. Comprou de um grileiro uma pequena área invadida dentro da floresta nacional. Ele corre o risco de perder todo o dinheiro que economizou no exterior: “Comprei de um rapaz. Aqui não tem escritura".

Uru-Eu-Wau-Wau

Não muito longe dali, um novo flagrante, agora na Terra Indígena de Uru-Eu-Wau-Wau. A maior fazenda ilegal em terras indígenas é de um empresário. “O dono mora em Ouro Preto. É difícil ele vir aqui”, aponta um funcionário.

"Temos aqui uma relação dos assentados pelo INCRA, na década de 1980. Nessa relação percebemos que a ocupação não é pelos assentados do INCRA. Após a demarcação, houve um esvaziamento. Servidores públicos, empresários da região foram adquirindo os lotes. Temos aqui agente penitenciário, funcionário do IBAMA", diz o responsável pelo setor do meio ambiente da FUNAI.

Rondônia é o estado amazônico mais desmatado


Quarenta anos de desmatamento, queimadas, rebanhos ilegais. Em Rondônia, quase metade da Amazônia foi devastada pelas mãos de garimpeiros, pecuaristas, grileiros. Nem as áreas protegidas - e proibidas - escapam.
Acompanhe os bastidores da reportagem sobre a operação contra o desmatamento em Rondônia
O cenário é de desolação. A floresta não existe mais. Foi cortada e queimada. É quase um deserto. Estamos mesmo na Amazônia?
A fazenda está dentro de uma reserva indígena. Quando se olha pela primeira vez, a impressão que se tem é de que no local nunca existiu uma árvore da Amazônia. O que era floresta, virou pasto.
Entre os estados amazônicos, Rondônia é o que mais sofreu com o desmatamento. Dados recentes do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia mostram que, entre agosto de 2007 e agosto de 2008, a destruição da floresta aumentou cerca de 23%. Ao todo, 38% da vegetação desapareceram. Depois das áreas particulares, o desmatamento se concentra em unidades de proteção permanente e reservas indígenas.
Na Floresta Nacional do Bom Futuro, há muitas clareiras. O avanço da pecuária desrespeita as regras do plano de uso sustentável da terra. É uma disputa complicada, de pelo menos duas décadas.
Em Alto Paraíso, a 200 quilômetros de Porto Velho, pegamos a estrada de terra. Encontramos gente simples, mas que não se intimida - mesmo contrariando a lei. Há 3,5 mil famílias, como a do agricultor Antônio Bernardes. Ele diz que comprou a terra de um grileiro, sem saber que era proibido.
"Eu nunca tinha trabalhado na roça. Mas vi uma possibilidade de ter uma terra. Fui à casa desse rapaz que disse que tinha terra para vender. Nunca ninguém veio falar que não podia. Acho que no início, quando eu tinha comprado, se chegasse e dissesse que não podia, eu sairia", aponta o agricultor.
Nem todos foram enganados: "Achei aqui que era uma terra da União, como eu acho que é até hoje". Eliseu mora há seis anos dentro da Floresta Nacional. Não pretende retirar as 200 cabeças de gado criadas em sua fazenda.
"Eu adquiri o direito de posse. Rondônia só tem 18% de área escriturada, o resto, 82%, não têm documento algum. Em Rondônia é um problema sério isso", justifica.
Derly trabalhou cinco anos na construção civil na Espanha. Comprou de um grileiro uma pequena área invadida dentro da floresta nacional. Ele corre o risco de perder todo o dinheiro que economizou no exterior: "Comprei de um rapaz. Aqui não tem escritura".
Na próxima parada, um novo flagrante. Agora na terra indígena de Urueuwauwau. Com a equipe da Funai, visitamos a maior fazenda ilegal em terras indígenas. É de um empresário. "O dono mora em Ouro Preto. É difícil ele vir aqui", aponta um funcionário.
"Temos aqui uma relação dos assentados pelo Incra, na década de 1980. Nessa relação percebemos que a ocupação não é pelos assentados do Incra. Após a demarcação, houve um esvaziamento. Servidores públicos, empresários da região foram adquirindo os lotes. Temos aqui agente penitenciário, funcionário do Ibama", diz o responsável pelo setor do meio ambiente da Funai.
São moradores que sabem como funciona o sistema e que encontraram, primeiro, na exploração da madeira, depois, na pecuária, uma forma de enriquecer.
"A pecuária é a cultura que mais prejudica a floresta, porque faz o corte raso. Ela tem grandes extensões, então ela tira toda a floresta, ela mata os animais, então ela traz uma série de prejuízos à biodiversidade", explica a representante da ONG Kanindé.
E pensar que um dia, tudo isso foi Amazônia

Economia ecológica é tema de debate de encontro nacional em Cuiabá

Difundir e construir a Economia Ecológica no Brasil, por intermédio da integração de seus associados e entre congêneres de outros países. Este é o objetivo do VIII Encontro Nacional da Sociedade Brasileira de Economia Ecológica, em Cuiabá. O evento acontece de 05 a 07 de agosto, no Hotel Fazenda Mato Grosso e vai reunir professores, pesquisadores nacionais e internacionais, estudantes, agentes do governo e estudiosos sobre o assunto.

O tema escolhido para o EcoEco é “Aplicando a Economia Ecológica para o desenvolvimento sustentável da Amazônia”, com o propósito de debater a questão da conservação do capital natural no contexto das políticas públicas em curso na Amazônia brasileira.

Na realização dos Encontros Nacionais, o EcoEco tem como meta compreender em sua complexidade as diferentes especificidades regionais, no que tange aos problemas socioambientais do desenvolvimento econômico ou as peculiaridades das políticas públicas em implantação, em especial aquelas específicas para a área socioambiental.

A importância da realização deste evento em Mato Grosso se dá levando em consideração que a fronteira agrícola e pecuária no estado avança rapidamente sobre a Amazônia, o que representa uma porta de entrada ao processo de devastação do ecossistema natural e da integridade socioambiental da região. Aliado às obras de infra-estrutura previstas e realizadas, a exemplo dos outros estados do centro-oeste e norte brasileiro, isso representa uma real ameaça às alternativas sustentáveis de utilização da floresta.

O VIII Encontro da EcoEco chama atenção para a necessidade de se inserir efetivamente os princípios, os métodos, os instrumentos, as concepções e as propostas da Economia Ecológica nas alternativas sobre o processo de desenvolvimento da Amazônia brasileira.

SUSTENTABILIDADE – A Sociedade Brasileira de Economia Ecológica (EcoEco) foi fundada em 1994. Suas origens remontam as discussões iniciadas durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente, a ECO-92, onde economistas, ecologistas e estudiosos do país, reunidos em uma série de encontros, constataram que no Brasil pouco se conhecia sobre a relação entre economia e meio ambiente, um campo do saber que já havia tomado corpo na Europa e Estados Unidos.

Em sua missão de difundir e construir a Economia Ecológica no Brasil, por intermédio da integração de seus associados e entre congêneres de outros países, a EcoEco promove seus Encontros bienais de âmbito Nacional, além de estimular a participação de brasileiros nos Congressos Internacionais da ISEE (International Society for Ecological Economics) e de entidades Iberoamericanas, através do vínculo com a Rede Iberoamericana de Economia Ecológica (Redibec), que conta com revista on-line na área.


A EcoEco é uma sociedade científica, sem fins lucrativos, voltada à organização e estruturação no Brasil do campo de estudo e conhecimento interdisciplinar denominado “economia ecológica” que visa a integração entre os distintos campos disciplinares como o da física (termodinâmica), da ecologia (resiliência), sociologia (eqüidade) e da economia (escala, decrescimento). A organização tem como objetivo promover um espaço de aproximação e interlocução entre pesquisadores e instituições, bem como divulgar os estudos desenvolvidos nesse campo, incentivando assim o debate acadêmico e as orientações de políticas públicas para a problemática da relação entre economia e meio ambiente.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Floresta amazônica tem 157 km² devastados em maio

Relatório divulgado nesta sexta-feira (3) pela ONG Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia) aponta que a Amazônia perdeu 157 quilômetros quadrados de floresta em maio. A área equivale a cerca de dez vezes a área do Parque do Ibirapuera, em São Paulo. Isso representa uma queda de 47% em relação a maio de 2008, quando o desmatamento detectado foi de 294 quilômetros quadrados.

O desmatamento acumulado de agosto de 2008 a maio de 2009 é de 1.084 quilômetros quadrados. Em relação ao desmatamento ocorrido no mesmo período do ano anterior (4.143 quilômetros quadrados) houve uma redução de 74%.

O Imazon ressalva que devido à cobertura de nuvens, não foi possível monitorar 43% da Amazônia Legal. A região não mapeada corresponde à quase totalidade do Amapá, 68% do Pará, 48% do Amazonas, 41% do Acre, 38% de Roraima e 35% de Rondônia. Por outro lado, apenas 5% do território do Tocantins e de Mato Grosso estavam cobertos. Além disso, parte do Maranhão que integra a Amazônia Legal não foi analisada.

Segundo o relatório da organização, em maior de 2009 o desmatamento foi maior no Pará (37%), seguido de Mato Grosso (27%), Roraima (20%) e, menor em Rondônia (8%), Amazonas (5%), Tocantins (2%) e Acre (1%).

O Imazon monitora também as florestas degradadas (que estão sendo exploradas pelo homem, mas ainda não foram totalmente derrubadas). Elas somaram em maio de 2009 215 quilômetros quadrados. Desse total, 81% ocorreram no Mato Grosso, 13% no Pará, 4% em Rondônia e 2% no Amazonas.

O Imazon observa que Roraima permanece a maior parte do ano coberto por nuvens, dificultando o monitoramento do desmatamento. No entanto, em maio de 2009, houve uma redução da cobertura, possibilitando o monitoramento em 62% do seu território. Por isso, parte do desmatamento detectado nesse período pode ter ocorrido em meses anteriores.

Peru aprova projeto petrolífero em área florestal da amazônia


O governo peruano deu luz verde para a empresa Anglo-Francesa perfurar em busca de petróleo na Amazônia apenas treze dias depois de mais de 30 pessoas morrerem em protestos contra a exploração da floresta tropical. As informaçoes são da Ong Survival.

O projeto, localizado em uma região habitada por duas tribos de índios isolados, é considerado a maior descoberta de petróleo do Peru nos últimos trinta anos. A empresa Perenco, uma das maiores abastecedores para o Reino Unido, negou anteriormente que nenhum índio isolado vivesse em tais terras.

Até recentemente, Perenco esteve bloqueada por protestantes indígenas. Mas com a ajuda das forças armadas peruanas, a empresa conseguiu quebrar o bloqueio em ao menos uma ocasião.

Altos funcionários do governo peruano esperam uma transformação na economia peruana com base no projeto da Perenco. Enquanto os protestos em contra da empresa aconteciam, o presidente da Perenco, François Perrodo, formado na Universidade de Oxford e descendente de uma das famílias mais ricas da França, se encontrou com o presidente peruano Garcia, em Lima, comprometendo-se à um investimento de dois bilhões de dólares no projeto.

A luz verde do governo é dada apenas alguns dias depois que protestos em diferentes áreas do norte do Peru foram barrados violentamente pela força policial, causando mortes de policiais e protestantes indígenas. Os números exatos ainda são desconhecidos.

Perenco pretende construir novas plataformas e poços, incluindo apoio logístico aéreo que entre outras coisas cobre 42.000 sacos de cimento. A companhia admite que a ‘contaminação do solo’, ‘contaminação da água, e a fuga de caça e aves são possíveis conseqüências do seu trabalho.

Desmatamento cai 47% na Amazônia Legal em maio de 2009

O Acre foi o Estado que menos contribuiu para o desmatamento da Amazônia em maio de 2009, com índice de 1%, segundo pesquisa realizada pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Em comparação ao mesmo mês do ano passado, o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) verificou recuo de 47% em toda a região. Em 2008 o desmatamento foi de 294 quilômetros quadrados contra 157 quilômetros registrados este ano.

Ao considerar o período entre agosto de 2008 e maio de 2009 a queda do desmatamento acumulado chega a 74%, alcançando 1.084 quilômetros quadrados. No mesmo período do ano anterior foram desmatados 4.143 quilômetros quadrados de área da Amazônia Legal.

Já no mês de maio de 2009 Rondônia e Amazonas também são responsáveis por índices menores de desmatamentos, com 8% e 5% respectivamente, puxando os índices para baixo. Já os Estados do Pará, Mato Grosso e Roraima apresentaram índices iguais ou superiores a 20%.

O Imazon é um instituto de pesquisa sem fins lucrativos, qualificado pelo Ministério da Justiça como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) que tem a missão de promover o desenvolvimento sustentável na Amazônia por meio de estudos e divulgar informações da área e formação profissional.

Desmatamento cai 47% na Amazônia Legal em maio de 2009

O Acre foi o Estado que menos contribuiu para o desmatamento da Amazônia em maio de 2009, com índice de 1%, segundo pesquisa realizada pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Em comparação ao mesmo mês do ano passado, o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) verificou recuo de 47% em toda a região. Em 2008 o desmatamento foi de 294 quilômetros quadrados contra 157 quilômetros registrados este ano.

Ao considerar o período entre agosto de 2008 e maio de 2009 a queda do desmatamento acumulado chega a 74%, alcançando 1.084 quilômetros quadrados. No mesmo período do ano anterior foram desmatados 4.143 quilômetros quadrados de área da Amazônia Legal.

Já no mês de maio de 2009 Rondônia e Amazonas também são responsáveis por índices menores de desmatamentos, com 8% e 5% respectivamente, puxando os índices para baixo. Já os Estados do Pará, Mato Grosso e Roraima apresentaram índices iguais ou superiores a 20%.

O Imazon é um instituto de pesquisa sem fins lucrativos, qualificado pelo Ministério da Justiça como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) que tem a missão de promover o desenvolvimento sustentável na Amazônia por meio de estudos e divulgar informações da área e formação profissional.

Desmate anual na Amazônia tem queda de 74%, diz Imazon

O desmatamento acumulado na Amazônia Legal de agosto de 2008 a maio deste ano (1.084 km2) caiu 74% em relação ao mesmo intervalo de tempo anterior (4.143 km 2), segundo dados divulgados ontem pela ONG Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia).

A queda foi de 47% quando comparado o desmate em maio deste ano em relação ao mesmo mês de 2008.
Foram 157 km2 de mata derrubados em nove Estados (AC, AM, AP, MA, MT, PA, TO, RO e RR) em comparação aos 294 km2 de 2008.

De acordo com o Imazon, o Estado que teve a maior área destruída foi novamente o Pará (37% do total), seguido de Mato Grosso (27%) e Roraima (20%). A cidade campeã foi Novo Progresso (PA), com 28,7 km 2.
Os números, baseados em um sistema independente de monitoramento, o SAD, vão na mesma direção do que vem sendo divulgado por órgãos governamentais.

Para Adalberto Veríssimo, um dos pesquisadores da ONG, a tendência de diminuição do desmatamento começou em julho do ano passado, como reflexo de um pacote de medidas adotado pelo governo federal meses antes, e se aprofundou com a crise econômica mundial e com as chuvas na região.