quinta-feira, 29 de julho de 2010

Projeto prevê uso sustentável de fruteiras da Amazônia

 
cupuacuAlgumas frutas nativas da Amazônia ainda são pouco utilizadas até por quem mora na região. Mesmo aquelas com reconhecidos benefícios à saúde e com potenciais econômicos. Diante deste cenário, a Embrapa Roraima, investe em um projeto que pode significar mudanças substanciais no aproveitamento das frutas nativas da Amazônia. O projeto, que tem o pesquisador Edvan Chagas a frente, foca na valoração e no desenvolvimento de tecnologias que viabilizem o uso sustentável de fruteiras subexploradas comercialmente, em especial o camu-camuzeiro, o taperebazeiro e o açaizeiro.

Neste sentido, serão executadas ações interdisciplinares envolvendo várias instituições de pesquisa, ensino e extensão, em parceria com o setor produtivo. Pela complexidade e pela diversidade de atividades, o projeto prevê a participação de especialistas de diversas linhas de pesquisa,sob a coordenação da Embrapa Roraima. Um dos planos de ação do projeto estabelece a prospecção, a coleta, a introdução, a conservação e a caracterização morfológica e molecular das fruteiras, com ênfase nas nativas dos biomas amazônicos.

O pesquisador explica que o trabalho prevê a prospecção e a introdução de acessos já previamente selecionados de espécies - em processo de domesticação – oriundas dos programas de melhoramento genético de fruteiras nativas do país e do exterior. "Outro objetivo é coletar germoplasmas das fruteiras nativas não só de Roraima, mas também de Rondônia, Amazonas e Pará com vistas ao enriquecimento da variabilidade genética e à formação e manutenção do Banco de Germoplasma de Fruteiras Nativas da Região Amazônica", complementa Edvan. As ações também incluem a conservação dos acessos que podem dar suporte aos atuais e futuros programas de melhoramento genético na Embrapa Roraima.

Em um terceiro plano de ação, o projeto foca no comportamento adaptativo de fruteiras nativas de Roraima estabelecido pelo estudo ecofisiológico de algumas cultivares e seleções, visando a recomendação de novos genótipos. Simultaneamente, serão realizados estudos de tecnologias que viabilizem a rápida propagação de fruteiras nativas, definindo metodologias de propagação seminífera e vegetativa de novas copas e porta-enxertos para fruteiras, sob a coordenação da Embrapa Amazônia Oriental.

Transferência de tecnologias

O projeto também contempla, sob a coordenação da Universidade Federal de Lavras (MG), aplicações de técnicas de cultura de tecidos que visam identificar as condições ideais de desinfecção, estabelecimento e micropropagação in vitro das espécies de fruteiras inseridas na pesquisa. Ao longo do projeto, será feita uma avaliação pós-colheita de fruteiras nativas da Amazônia, com o objetivo de realizar a caracterização física, química, nutricional, funcional, sensorial e microbiológica dos frutos.

Na sequência, em um trabalho coordenado pela Universidade Federal de Roraima, vai se estabelecer a temperatura e o tempo de conservação refrigerada das espécies coletadas no início do projeto. Por fim, as ações estabelecem a transferência e difusão de tecnologias, com o objetivo de auxiliar na divulgação dos resultados obtidos a longo do projeto. “Neste arranjo, acreditamos que será possível somar esforços e obter excelentes resultados e impulsionar a fruticultura nativa da região Amazônica”, avalia Edvan.

Nenhum comentário: