segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Desmatamento da Amazônia diminui pela primeira vez em nove anos


Diminuição de 31% é resultado das fiscalizações do Plano de Combate ao Desmatamento promovidas pelo governo federal

Quatro anos anos de trabalho intensivo do governo federal fazem o desmatamento na Amazônia cair pela primeira vez desde 1997. O índice para o período 2004-2005, anunciado teve uma queda de 31%. A área desmatada foi reduzida de 27.200km2 para 18.900km2. É a primeira vez, em 17 anos de monitoramento, que o governo apresenta os dados sobre desmatamento no mesmo ano em que eles ocorrem. O Ministério do Meio Ambiente comparou dados de 11 meses, agosto de 2003 a julho de 2004, com agosto de 2004 a julho deste ano.

Os dados do MMA, que têm como base levantamentos de satélite feitos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), apontam que houve uma queda acentuada em todos os estados, com redução expressiva do desmatamento nas áreas próximas à rodovia Cuiabá-Santarém (BR-163), onde houve maior intervenção do governo federal por meio das fiscalizações do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia. Os números indicam leve crescimento do desmatamento apenas no sudeste do Pará e no sul do Amazonas.

Essa queda é conseqüência de iniciativas que combinam ações de comando e controle com grandes operações de repressão, como a Setembro Negro e Curupira, com outras de ordenamento fundiário e territorial e criação de áreas protegidas. Chegamos a ter 23 operações acontecendo simultaneamente na Amazônia, com envolvimento do Ibama, Polícia Federal, Exército, Polícia Rodoviária e as policiais ambientais dos estados. Isso está fazendo a diferença , destacou Marina.

Entre os resultados das ações adotadas pelo MMA e Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) desde 1993 estão a apreensão de 582 mil m3 de madeira em tora, emissão de R$ 1,8 bilhão em multas e prisão de 241 pessoas envolvidas em ações ilegais, sendo 63 servidores públicos e 178 empresários madeireios, despachantes e contadores. As ações do governo causaram, ainda, apreensão de 26 tratores, 54 caminhões e 459 motosserras usadas nos desmatamentos ilegais.

O grande desafio agora é combinar as ações de comando e controle com as ações de desenvolvimento sustentável. Para isso é fundamental a aprovação do Projeto de Lei de Gestão de Florestas Públicas, que tramita há nove meses no Congresso Nacional , disse. O PL irá possibilitar, por exemplo, a implantação de Distritos Florestais, áreas onde será estimulado o uso sustentável de produtos e serviços da floresta. O primeiro a ser implantado será o da BR-163, com 16 milhões de hectares, sendo 5 milhões de hectares de área de manejo e expectativa de produção de 4,1 a 6,7 milhões de m3 de toras e geração de 100 mil empregos diretos.

O secretário de Biodiversidade e Florestas do MMA, João Paulo Capobianco, destacou que as medidas de combate à grilagem de terra e ordenamento fundiário possibilitaram o cadastramento 30.556 imóveis rurais na Amazônia, o equivalente a 74 milhões de hectares. Ele citou, ainda, a criação de 85km2 de unidades de conservação em zonas de conflito, a homologação de 93 mil km2 de terras indígenas e a criação de 3,76 mil km2 de projetos de assentamentos sustentáveis.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Em um mês, devastação da floresta amazônica cai 22%


Os 587,3 km2 derrubados em setembro equivalem a 40% da área da cidade de São Paulo.

A taxa do desmatamento do ano deve ser divulgada em novembro; a expectativa é que a queda registrada nos últimos três anos termine
Os satélites do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) registraram que a floresta amazônica perdeu em setembro uma área equivalente a 40% da cidade de São Paulo. O ritmo de abate das árvores foi, porém, 22% inferior ao medido em agosto pelo mesmo sistema.

"Está caindo, mas a redução é insuficiente, não fico contente, não lanço rojão", observou o ministro Carlos Minc (Meio Ambiente), ao comentar os dados do sistema Deter, de detecção do desmatamento em tempo real do Inpe, divulgados ontem.

Os dados não se prestam a medir com precisão a área desmatada, mas orientam a ação dos fiscais do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Em agosto e setembro, o Ibama aplicou multas no valor de R$ 212 milhões e embargou quase 37 mil hectares de terras.

Segundo o Inpe, mais da metade da área atacada na Amazônia em setembro (52,7%) foi classificada no grau mais radical de desmatamento. Outros 31,1% sofreram alto grau de degradação. Ou seja, em mais de 80% do total da área desmatada em setembro, a floresta estava praticamente destruída.

Com os 587,3 km2 desmatados em setembro, sobe para 6.268 km2 a área de desmate registrada pelo Deter em 2008. Isso equivale a mais de quatro vezes a cidade de São Paulo.

O Estado de Mato Grosso liderou o ranking da devastação em setembro. Mas é possível que o desmatamento no Pará tenha sido subestimado, porque 63% do Estado estava encoberto por nuvens no período, impedindo assim a visão dos satélites.

O desmatamento em setembro mantém uma tendência de queda em relação ao mesmo mês de 2006 e 2007.

A média do quadrimestre -período em que tradicionalmente há mais desmate- mantém a tendência de queda nos últimos quatro anos. Minc associa os resultados a medidas como o embargo de terras, produção em áreas desmatadas e bloqueio de crédito aos produtores que não regularizaram suas áreas.

A taxa do desmatamento do ano deve ser divulgada em novembro, baseada nos registros feitos pelo sistema Prodes entre agosto de 2007 e julho de 2008. A expectativa é que ela interrompa a queda dos três últimos anos.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

O meio ambiente em parcelas

A imprensa costuma reservar os fins de semana para se preocupar com o meio ambiente e outros temas ligados à sustentabilidade. O assunto fica segregado, como se não fizesse parte das "questões sérias" como política e economia, que ocupam os espaços mais nobres.

No domingo (9/11), por exemplo, a Folha de S.Paulo traz reportagem sobre a descoberta de uma imensa diversidade biológica na região amazônica chamada de Calha Norte, área que vive ameaçada pela cobiça de madeireiras, mineradoras e por empresas do setor elétrico.

Uma sucessão de expedições para estudo do meio ambiente, financiada em parte por uma mineradora, revelou que, ao contrário do que pensavam os cientistas, a imensa biodiversidade aumenta ainda mais a necessidade de restringir atividades predatórias na região.

Ataques à floresta

Outra notícia trazida no fim de semana dá conta de que todo o esforço e os investimentos estimulados pelo governo brasileiro para o desenvolvimento de combustíveis de fonte renovável, como o etanol, podem ser inúteis se a devastação da Amazônia não for contida.

O lançamento de veículos com uso flexível de gasolina e álcool reduziu de fato as emissões de dióxido de carbono, mas os ganhos no combate ao aquecimento global se tornam irrelevantes diante da perda de florestas.

Reportagem publicada domingo (9) pelo Estado de S.Paulo revela que em apenas um mês de derrubadas na Amazônia são produzidas quantidades de CO2 equivalentes a tudo que foi conquistado em cinco anos de carros flex rodando nas cidades.

Todos os dias

Entre as revistas, Veja traz uma reportagem sobre experimentos com um avião movido a hidrogênio.

Época não aborda o tema ambiental, mas debate a questão social com um amplo estudo sobre os efeitos das políticas de inclusão no Brasil.

CartaCapital, que se dedica mais ao tema social, traz uma curta entrevista do empresário Oded Grajew, líder de iniciativas como o Instituto Ethos e o movimento Nossa São Paulo. Grajew critica a decisão do governo de adiar a exigência para que a Petrobras coloque no mercado o óleo diesel menos poluente.

O empresário chama o ministro do Meio Ambiente Carlos Minc de mentiroso, e observa que a poluição provocada em boa parte pelo diesel de má qualidade mata mais do que a dengue.

Como se vê, o tema é importante também para todos os outros dias da semana, e deveria vir grudado nas seções de Economia e Política.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Devastação da Amazônia volta a crescer


A FLORESTA ARDE: "Este ano, os produtores derrubaram muito mais, muito mais mesmo", admite presidente do sindicato

Serrarias operam a todo vapor, e só em agosto foram registrados 16.592 focos de calor nas florestas da região

O cenário é desolador. O avião sobrevoa uma extensa área completamente esturricada, ainda há focos de fogo na vegetação, a floresta arde. O piloto faz uma curva radical à esquerda, e logo se vêem toras de castanheira, árvore protegida da Amazônia, agonizado em chamas. Sobem grossos rolos de fumaça, que deixam o ar quase irrespirável. Mais à frente, muitas outras castanheiras estão sendo queimadas. O clima a bordo do monomotor Cessna Caravan do Greenpeace é de velório. Já não resta dúvida: o Parque das Castanheiras, no município de Cláudia, Norte de Mato Grosso, área de Floresta Amazônica, está sendo destruído pelo fogo.

Informações reunidas já permitem afirmar que o ritmo de devastação da Amazônia, que diminuíra 49% nos últimos dois anos, voltou a aumentar a partir de maio de 2007. Pelos dados do PrevFogo, o número de queimadas em áreas de floresta cresceu 30% este ano em relação a 2006. Só em agosto, foram registrados 16.592 focos de calor em florestas, o dobro do mesmo mês do ano passado. Em maio último, quando a curva dos gráficos voltou a subir, o desmatamento registrado foi quatro vezes maior que em maio de 2006. Em Mato Grosso, o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) já detectou aumento de 200% no desmatamento nos meses de maio, junho e julho deste ano, interrompendo a trajetória de queda.

Cuiabá em estado de emergência

Em campo, os sinais do problema são dramáticos: o aeroporto de Alta Floresta, no Norte de Mato Grosso, passou três dias fechado, semana passada, por causa da espessa fumaça. Quando o avião do Greenpeace se prepara para pousar, a torre de controle avisa que a visibilidade é de apenas 1.600 metros. Da cabeceira da pista, não se vê a outra extremidade. Cuiabá decretou estado de emergência, e um dos motivos é a fumaça.

Em Novo Progresso (PA), cidade à beira da BR-163 (Cuiabá-Santarém), há anos um dos focos da devastação da Amazônia, até o fazendeiro Agamenon da Silva Menezes, presidente do Sindicato de Produtores Rurais, admite:

- Este ano, os produtores daqui derrubaram muito mais, muito mais mesmo. Ainda nem terminou o prazo para pagamento do ITR (Imposto Territorial Rural) e já sei que cresceu pelo menos 50%. Enquanto não houver políticas públicas, o produtor vai sempre desmatar para fazer um dinheiro maior.

Como os levantamentos oficiais, feitos com base em imagens de satélite, são sempre demorados, o próximo relatório, referente ao período entre agosto de 2006 e julho de 2007, ainda deverá indicar uma redução no desmatamento. No período 2005/2006, foram desmatados 14 mil quilômetros de floresta, e agora espera-se algo em torno de 9.600 quilômetros quadrados.

Não é pouco: só entre 2000 e 2005, foram devastados 130 mil quilômetros quadrados no Brasil, o equivalente ao território de Portugal e Espanha somados. Mas a retomada do crescimento a partir de maio só irá aparecer nos números oficiais no ano que vem.

Nas serrarias da Amazônia, o ritmo de trabalho é incessante, num sinal claro dos fatos que os números ainda não revelam. O piloto do Greenpeace sobrevoa agora a localidade de Moraes de Almeida, também na BR-163, no Oeste do Pará. É um lugarejo inexpressivo, com não mais de dois mil ou três mil moradores, mas contam-se 12 serrarias abarrotadas de toras, com as chaminés dando sinais do trabalho frenético que se desenrola ali embaixo. A temporada de desmatamento começou em julho e vai até outubro, antes da época das chuvas. Neste momento, muitas das árvores que tombaram este ano já estão sendo beneficiadas. E pelo menos 90% da madeira é de origem ilegal.

Apesar disso, a atividade criminosa corre solta, praticamente sem a intervenção do Ibama. Em Novo Progresso, onde uma base operativa do órgão ainda funciona precariamente debaixo de plástico preto, os fiscais até apreenderam, num dia da semana passada, 13 caminhões repletos de jatobás e ipês, que saíam à noite de uma estradinha vicinal. Os motoristas foram autuados e multados. Houve um protesto de moradores e, no dia seguinte, até o prefeito, que é filiado ao PT do presidente Lula, foi ao posto pedir a liberação da madeira apreendida. Não foi bem-sucedido, mas o analista ambiental Décio Motta, chefe do Ibama na base, que trabalha sob a proteção de soldados do Exército, admitiu sentir a pressão:

- Ainda não começamos a fechar as madeireiras. Se fizermos isso, o impacto será maior sobre as comunidades. Deixaremos esse trabalho para o fim, só não me pergunte quando.

"Área é concedida a madeireiros"

Um temporal eliminou um pouco da fumaça e o avião agora sobrevoa a Floresta Nacional Jamanxim, no Oeste do Pará, uma unidade de conservação que teoricamente deveria estar sob a proteção federal, mas onde há sinais de queimadas recentes e enormes clareiras abertas na floresta. Como essas e outras unidades existem no papel e o Ibama não consegue protegê-las, as motosserras continuam a todo vapor.

- É uma área de concessão concedida aos madeireiros. Criaram as florestas nacionais, mas é como se nada tivesse acontecido - protesta Marcelo Marquesini, do Greenpeace.

Pelos dados da ONG, mesmo com a redução dos últimos anos, só no governo Lula (a partir de 2003) já foram desmatados sete milhões de hectares na Amazônia. No ritmo atual de desmatamento, em 2050 só restará 40% do bioma, e estará aberto o caminho para o que os especialistas chamam de savanização da floresta.

domingo, 31 de agosto de 2008

Amazônia - Devastação em números



A Amazônia tem sido um tema recorrente neste blog, mesmo porque a região está na ordem do dia no cenário mundial. Ela é uma das estrelas que a mídia anda “paparicando”, nem sempre com boas intenções, como sabemos.
Mas, o assunto deste post é sobre o infográfico, elaborado pela equipe do globonline e publicado na sua página eletrônica.
Estava reticente em tocar no assunto, pois bateu um sentimento tão grande de impotência ao acompanhar o desmatamento “virtual” e em “tempo real” da região amazônica, que fiquei meio paralisada.
As informações contidas na matéria não são novidades, mas acompanhar esse crime lesa-pátria - mesmo que virtualmente - não foi nada prazeroso, principalmente depois que o midiático ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, afirmou que “ o pior ainda está por vir”:
- Os piores meses do desmatamento são tradicionalmente junho, julho, agosto e setembro, quando há estiagem e preparação de terrenos.
Para conhecer o infográfico clique aqui.
Estarrecedor!

Devastação da Amazônia é subestimada em 50%


O desmatamento na Amazônia pode ser o dobro do que se imagina por causa do corte "seletivo" de árvores, que não é detectado pelas imagens por satélite, afirmou na quinta-feira a revista Science. O método tradicional de avaliar o desmatamento é pela observação de clareiras em imagens por satélite. O corte seletivo de árvores ocorre quando árvores isoladas são derrubadas no meio da floresta.

Pesquisadores do Carnegie Institution, em Washington, utilizaram um novo método de analisar as imagens por satélite e detectaram o corte seletivo nos cinco Estados que mais produzem madeira na Amazônia.

A pesquisa, publicada na edição de 21 de outubro da Science, mostrou que a área de floresta danificada é entre 60% e 128% maior que a área desmatada oficial detectada entre 1999 e 2002.

"Esperávamos ver grandes áreas desmatadas, mas a extensão da penetração do desmatamento na floresta é muito mais drástica do que imaginávamos", disse Michael Keller, do Serviço Florestal dos EUA e co-autor do estudo.

Em agosto, o governo brasileiro avaliou que 9.106 quilômetros quadrados foram devastados entre agosto de 2004 e julho de 2005, bem menos que os 18.724 quilômetros quadrados observados no ano anterior.

"Comparado ao desmatamento tradicional, o corte seletivo é o menor dos males, e não é o responsável direto pelo desmatamento na Amazônia", disse José Natalino da Silva, brasileiro que é co-autor do estudo. "O problema é que ele abre caminho para a devastação maciça, para a agricultura". Silva acrescentou que o estudo não questiona a validade dos números oficiais de desmatamento brasileiros, divulgados pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), mas sim os detalha.

O corte seletivo, afirmou o estudo, aumentou a emissão de carbono em 25%. Ele também diminui a cobertura das copas das árvores, danificando a vegetação no solo, que se torna mais seca e mais propensa a incêndios. Vários projetos de desenvolvimento sustentável, financiados tanto pelo governo brasileiro como por agências internacionais, promovem o corte seletivo. Mas há limitações quanto ao tipo, à quantidade e à idade das árvores derrubadas.

"Em florestas bem administradas, o corte seletivo apenas acelera o processo natural de morte e queda das árvores", disse Judson Ferreira Valentim, pesquisador da Embrapa. Os autores do estudo disseram que vão entregar os resultados para o governo brasileiro para que ele fiscalize o corte seletivo ilegal.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Amazônia pode 'morrer' em 50 anos, diz estudo


A floresta amazônica poderia "morrer" em 50 anos por causa de mudanças climáticas provocadas pelo homem, sugere um estudo internacional publicado na revista especializada Proceedings of the National Academy of Sciences.

Segundo o estudo, muitos dos sistemas climáticos do mundo poderão passar por uma série de mudanças repentinas neste século, por causa de ações provocadas pela atividade humana.

Os pesquisadores argumentam que a sociedade não se deve deixar enganar por uma falsa sensação de segurança dada pela idéia de que as mudanças climáticas serão um processo lento e gradual.
"Nossas conclusões sugerem que uma variedade de elementos prestes a ‘virar' poderiam chegar ao seu ponto crítico ainda neste século, por causa das mudanças climáticas induzidas pelo homem", disse o professor Tim Lenton, da Universidade de East Anglia, na Inglaterra, que liderou o estudo de mais de 50 cientistas.
Segundo os cientistas, alterações mínimas de temperatura já seriam suficientes para levar a mudanças dramáticas e até causar o colapso repentino de um sistema ecológico.
O estudo diz que os sistemas mais ameaçados seriam a camada de gelo do mar Ártico e da Groelândia, em um ranking preparado pelos cientistas, que inclui os nove sistemas mais ameaçados pelo aquecimento global.
A floresta amazônica ocupa a oitava e penúltima colocação no ranking.
Chuva
Segundo o estudo, boa parte da chuva que cai sobre a bacia amazônica é reciclada e, portanto, simulações de desmatamento na região sugerem uma diminuição de 20% a 30% das chuvas, o aumento da estação seca e também o aumento das temperaturas durante o verão. Combinados, esses elementos tornariam mais difícil o restabelecimento da floresta.
A morte gradual das árvores da floresta amazônica já foi prevista caso as temperaturas subam entre 3ºC e 4ºC, por conta das secas que este aumento causaria. A frequência de queimadas e a fragmentação da floresta, causada por atividade humana, também poderiam contribuir para este desequilíbrio.
Segundo o estudo, só as mudanças na exploração da terra já poderiam, potencialmente, levar a floresta amazônica a um ponto crítico.
A maioria dos cientistas que estudam mudanças climáticas acredita que o aquecimento global provocado pelas atividades humanas já começou a afetar alguns aspectos de nosso clima.

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Banco mundial pode estar ajudando a desmatar a Amazônia


Um relatório divulgado pela ONG Amigos da Terra – Amazônia Brasileira diz que o Banco Mundial (Bird) pode estar colaborando com o desmatamento da Amazônia ao financiar projetos de pecuária na região sem analisar com cuidado os efeitos que eles podem ter.

“Organizações como o IFC (International Financial Corporation, ou Corporação Financeira Internacional) do Banco Mundial promovem a expansão do abate em áreas vulneráveis da Amazônia, sem sequer estudar os impactos na maioria das regiões afetadas”, diz o relatório, intitulado O Reino do Gado – Uma Nova na Pecuarização da Amazônia Brasileira.

O documento, divulgado no domingo, traça um perfil da pecuária na região da chamada Amazônia legal (área que engloba nove estados brasileiros que abrigam a Bacia amazônica e que possuem em seu território trechos da Floresta Amazônica) e, além de criticar o Banco Mundial, critica o governo por não adotar medidas que impeçam o avanço da pecuária na Amazônia, que “representa uma das principais forças motrizes do desmatamento e das queimadas na região”.

“A pecuarização da Amazônia se intensificou de maneira sem precedentes nos últimos cinco anos e o fenômeno requer uma atenção nova e especial, em qualidade e em quantidade, por parte das autoridades governamentais, da cadeia comercial de instituições financeiras, cientistas e organizações da sociedade civil.”

“Expansão da fronteira”

Segundo o relatório, em 2007, pela primeira vez, “a Amazônia Legal passou da marca histórica de 10 milhões de abates bovinos, com um aumento de 46% em relação a 2004.”

O avanço ajudou a consolidar o Brasil como o maior exportador e o segundo maior produtor mundial de carne bovina.

A Amazônia é a região do país que concentrou o crescimento da pecuária nos últimos anos. O documento indica que, entre dezembro de 2003 e dezembro de 2006, 96% do aumento registrado no rebanho brasileiro foi em gado da Amazônia.

Mas o crescimento aparentemente não ocorreu simultaneamente à adoção de medidas que poderiam amenizar o impacto da atividade econômica sobre a mata, segundo a Amigos da Terra.

“Falta de investimento na recuperação de pastagens degradadas e falta de foco na pequena produção impedem que práticas de sustentabilidade saiam do papel”, diz o documento.

Nas suas conclusões, o relatório sugere a adoção de diversas medidas, como “a proibição de novos assentamentos rurais ou de regularização fundiária de ocupações recentes”, ou o “zoneamento agro-ambiental ou ecológico-econômico”. “Até o momento, no entanto, estes mecanismos não têm sido objeto de implementação.”

O relatório também diz que um programa de aproveitamento de áreas alteradas, que consta de um plano do governo para combater e prevenir o desmatamento, não saiu do papel.

“Dessa forma”, diz o relatório, “a realidade tende a reproduzir o modelo da expansão da fronteira”.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

RF apreende madeira ilegal em Rondônia


JACI PARANÁ - A Policia Rodoviária Federal (PRF) e o Ibama apreenderam nesta sexta-feira (25), cerca de 51 metros cúbicos de madeira na fazenda Chapeu Preto, próximo ao distrito de Jaci Paraná, que estavam sendo transportados sem documentação.

Durante a fiscalização efetuada em conjunto com os Agentes do Ibama, na operação denominada Rastro Verde, foram autuados e aprendidos quatro caminhões carregados de madeira em toras.

A PRF já apreendeu cerca de 150 m³ de madeira que estavam sendo transportadas irregularmente só neste início de ano.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Mortalidade infantil cai pela metade no Brasil

O Brasil conseguiu reduzir quase pela metade a taxa de mortalidade infantil entre 1990 e 2006, de 46,9 por mil para 24,9 por mil nascidos vivos, mas continuam muito grandes as disparidades entre as diversas regiões do país e entre diferentes grupos étnicos e raciais.

No índice de mortalidade inferior a cinco anos, o avanço foi ainda maior, de 57 por mil nascidos vivos em 1990 para 20 por mil nascidos vivos em 2006. Com isso, o Brasil passou de 86º para 113º lugar no ranking da mortalidade na infância (os primeiros lugares são ocupados pela mortalidade mais elevada) num total de 194 países.

Os dados são do relatório Situação Mundial da Infância 2008 – Sobrevivência Infantil, divulgado nesta terça-feira pelo Unicef, agência das Nações Unidas para a infância, e referem-se a mortes de crianças com menos de um ano.

“O Brasil avançou mais do que a média mundial, o grande problema é a disparidade tanto entre as diferentes regiões como grupos étnicos”, afirmou a representante do Unicef no Brasil, Marie-Pierre Poirier. “O Brasil está no caminho certo, mas não saiu do túnel ainda”, disse ela.

Metas do Milênio

Com estes dados, o Brasil caminha para alcançar a meta número quatro dos Objetivos do Milênio, que prevê a redução da taxa de mortalidade pela metade até 2015. A meta do país é reduzir a mortalidade de crianças com menos de cinco anos para 18.

“Agora entra a parte mais difícil, que é a redução não pelo fator técnico para pelo fator humano”, afirmou. “Agora vamos ver se o compromisso (do governo) do Brasil é total”, diz ela.
Para isso, afirma Marie-Pierre, é preciso aumentar o investimento em programas de acompanhamento do recém-nascido e aumentar o número de crianças entre quatro e seis anos de idade com acesso à escola.

Enquanto a média nacional é de 24,9 mortes com menos de um ano para cada mil crianças nascidas vivas, no Nordeste este número é de 36,9 por mil. O lado positivo, diz a representante da Unicef, é que a região foi a que mais avançou entre 1990 e 2006, reduzindo um pouco a desigualdade em relação a outras regiões.

O relatório da Unicef mostra ainda que as crianças pobres têm mais do que o dobro de chance de morrer, comparadas às crianças de famílias mais ricas.

A taxa de mortalidade para a população indígena é de 48,5 por mil nascidos vivos (138% maior do que para a população branca), enquanto para a população negra é de 27,9 por mil (37% maior do que para a população branca). A taxa para a população branca é de 20,3 por mil nascidos vivos.

Das 11,5 milhões de crianças com menos de seis anos no Brasil, 56% vivem na pobreza, em famílias com renda per capita de menos de meio salário mínimo. Desse total, 4,7 milhões estão em famílias beneficiadas pelo Programa Bolsa Família, o que corresponde a 10,2% do total de beneficiários do Programa.

Causas

Cerca de 66% das mortes ocorrem no primeiro mês de vida, e 51% na primeira semana. As principais causas de morte na primeira semana de vida estão relacionados ao nascimento prematuro, asfixia durante o parto e infecções.

Para Marie-Pierre, este dado mostra que os programas pré-natais precisam continuar até os primeiros meses de vida do bebê.

A região Nordeste tem a maior taxa de mortalidade neonatal precoce do país, com 15,3 por mil nascidos vivos. Os Estados de Alagoas e Paraíba têm as taxas mais altas, de 17,4 e 16,9 por mil nascidos vivos, respectivamente.

“Para se manter a queda na taxa de mortalidade infantil será necessário o trabalho intenso que resulte numa maior cobertura e melhoria do pré-natal, assistência ao parto e pós-parto, que se traduz em melhor qualidade dos serviços de saúde, melhores condições hospitalares e melhoria na condição socioeconômica das populações mais carentes”, afirma o relatório.

“Se não forem fomentadas no País políticas públicas com esses objetivos, corre-se o risco de uma estagnação na taxa de mortalidade”, diz o documento, que alerta ainda para o fato de que é possível haver uma subnotificação dos óbitos infantis nas regiões Norte e Nordeste.

O progresso obtido até agora, destaca o relatório, foi conseguido com programas de atenção à saúde da criança, em questões como segurança alimentar e nutricional, saneamento básico, vacinação e atenção à saúde da família.

Mães

Se mostra melhora na sobrevivência das crianças, o relatório também aponta uma piora nas condições de vida das mães.

A mortalidade materna aumentou 2,1% no Brasil entre 2000 e 2005, passando de 52,3 mulheres por cem mil nascidos vivos para 53,4 por mil nascidos vivos.

O estudo também mostra que a idade das mães continua diminuindo.

O número de bebês nascidos de mães com menos de 15 anos aumentou, na média brasileira, de 6,9 por mil nascidos vivos em 1994 para 8,8 mil por mil em 2005, um crescimento de 28,6%.

O aumento ocorreu em todas as regiões. Em 1994, foram 18 mil bebês nascidos de crianças e adolescentes menores de 15 anos; em 2005, foram 27 mil.

Taxa de desemprego cai e registra o menor índice desde 2002



A taxa de desemprego da América Latina deve cair para 7,9% em 2008, de acordo com previsão da Organização Internacional do Trabalho (OIT), a menor desde 2002.


Para o Brasil, o relatório prevê uma taxa de desemprego de 8,8% neste ano, a menor desde 2003. Em 2002, havia sido de 7,1%, mas saltou para 12,3% no ano seguinte.


Reduziu a pressão no mercado de trabalho. Em dezembro de 2007 a taxa de desocupação foi estimada em 7,4%. Atingindo, portanto, o menor nível desde o início da pesquisa em 2002. A média anual da taxa de desocupação para 2007 foi estimada em 9,3%, outro recorde da série.

A média anual do rendimento médio mensal, habitualmente recebido, cresceu
3,2% de 2006 para 2007 e em quatro anos (de 2003 para 2007) 7,7%. Mas a
pesquisa apontou que, em média, as mulheres ganham em torno de 70,0% do
rendimento recebido pelos homens.



O Panorama Laboral também indica que, além da redução do desemprego, houve no ano passado uma pequena melhora nos salários reais, que subiram 3%.

O documento aponta ainda que a taxa de desemprego entre as mulheres é 60% superior à dos homens e que o desemprego entre os jovens é 2,2 vezes maior do que a média total e três vezes maior do que a dos adultos.

sábado, 26 de janeiro de 2008

Brasil é o quarto maior emissor de poluentes.


O meio ambiente foi um assunto de destaque em 2007. Organismos internacionais e celebridades mostraram os possíveis impactos das mudanças climáticas no planeta, e países buscaram ações para tentar reduzir danos. É muita reunião para pouca ação. Isso cria um clima de insatisfação e descrença na população. Sem rapidez em tornar as decisões em ações , só nos faz acreditar que interesses econômicos e políticos são mais importantes que a sobrevivência do planeta.

Em 2008, já neste mês de janeiro, no Havaí, líderes mundiais devem novamente discutir mudanças climáticas, em uma reunião convocada pelos Estados Unidos, que, depois de pressionados por países desenvolvidos e em desenvolvimento – aceitaram o consenso para elaboração do documento que guiará as negociações internacionais sobre mudanças climáticas até 2009 e que deverá resultar no substituto do Protocolo de Quioto.

O governo brasileiro defende o princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas. O posicionamento foi lembrado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta semana, em seu programa de rádio, Café com o Presidente: “Os países ricos, que são os que mais poluem o planeta, precisam assumir a responsabilidade de pagar pela preservação que os países mais pobres estão fazendo”.

Não se pode negar que as negociações são necessárias, mas já está mais do que na hora de medidas saírem do papel e serem colocadas em prática. No Brasil, por exemplo, as queimadas e desmatamento fazem de nosso país o quarto maior emissor de poluentes no mundo. A agricultura já sente reflexos do aquecimento global. Este ano precisa ser de mais ação e menos conversação. Menos blá-blá-blá e mais compromisso. Cada um fazendo a sua parte. É o que o mundo espera dos líderes mundiais.

Carne bovina movimenta 300 milhões no Acre


A carne bovina é o principal produto de exportação do Acre e movimenta 300 milhões de reais na economia do estado. A pecuária é a maior atividade econômica no setor primário do Acre e representa 40% da produção agropecuária enquanto o extrativismo representa apenas 6% da produção.

O rebanho bovino do Acre cresceu 416% entre 1990 e 2004, a maior taxa entre os estados da Amazônia Legal, muito acima da taxa anual de 2,2% do Brasil. O rebanho bovino do Acre, que era de 1,8 milhões em 2002, ultrapassou dois milhões em 2003 e chegou a 2,6 milhões em 2006. E as projeções indicam que o rebanho bovino do Acre deve alcançar 4,3 milhões em 2010.

A pecuária bovina de corte no Estado do Acre baseia-se na criação de rebanhos exclusivamente a pasto. A criação de rebanhos em grandes áreas contribui para uma menor incidência de doenças nos animais, em contrapartida o desmatamento da floresta é maior.

A concentração cada vez maior do crescimento do rebanho brasileiro na Amazônia (que entre 2003 e 2006 concentrou 96% do crescimento do rebanho nacional) fez com que a região bancasse um terço das exportações brasileiras de carne, assegurando a liderança mundial do país nesse mercado.

O gado tem sido considerado o grande vilão da Amazônia. Hoje, o Brasil mantém 195 milhões de bovinos. Há mais bois que pessoas. Cerca de 35% desse rebanho está na Amazônia. Para alimentar o gado, os pecuaristas desmataram uma área de 550 quilômetros quadrados, o equivalente ao Estado de Minas Gerais. Criados livres no campo, sem ração, os bois precisam todo ano de novas áreas derrubadas para a formação de pasto.

O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes admite que há derrubada de floresta amazônica para uso como pasto, reconheceu que o governo trata do tema somente "em tese", disse que está preocupado e torceu para que o rebanho que come a floresta não se destine ao aumento das exportações brasileiras.

A tendência é que os bois avancem mais sobre a floresta, para atender a uma demanda crescente de carne para exportação. Hoje, 10% dos bois abatidos na Amazônia abastecem o mercado internacional. O grande obstáculo é a ocorrência de febre aftosa no rebanho da região. O Ministério da Agricultura, os produtores e os pesquisadores acreditam que, com a erradicação da doença, o rebanho pode até duplicar para atender à demanda internacional.

O Brasil é o maior exportador de carne bovina do mundo, com 4,4 bilhões de dólares registrados entre junho de 2006 e junho de 2007, e mais de 30% de participação no mercado mundial. No primeiro semestre de 2007, o país exportou cerca de 2,2 milhões de toneladas do produto. As vendas externas, distribuídas entre mais de 100 países, crescem a uma taxa anual de 20%. O total das vendas desse produto para o exterior representa 7% de todas as exportações brasileiras.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Ministra Marina Silva anuncia medidas para conter o desmatamento na Amazônia.


A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, anunciou nesta quinta-feira (24) uma série de medidas para conter o desmatamento na Amazônia, entre elas o embargo de propriedades rurais nos 36 municípios com maior incidência de desmatamento.

Eles estão localizados na Amazônia, no Pará, no Mato Grosso e no Amazonas e são responsáveis por metade do desmatamento na região Amazônica. Segundo Marina Silva, está proibido o desmatamento nestes municípios até que os proprietários rurais façam o recadastramento de suas propriedades.

O governo federal divulgou uma lista dos 36 municípios que terão prioridade nas ações de prevenção e controle do desmatamento, identificados com base em monitoramento por satélite. Nessas cidades, já estão proibidas novas autorizações de derrubadas. Na quarta-feira, o Ministério do Meio Ambiente o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apresentaram dados que mostram a devastação de 3.235 km² quadrados na região amazônica de agosto a dezembro de 2007.

O Acre está excluído da lista que traça o perfil do desmatamento no país. Na opinião do secretário de Meio Ambiente, Eufran Amaral, isso demonstra o esforço do Governo do Estado no combate ao desmatamento no Acre. A afirmação feita pelo secretário é baseada em números.

Desde agosto de 2007, o Acre conta com uma ferramenta mais eficiente no controle do desmatamento e de queimadas. As imagens são captadas diariamente pelo satélite francês Formosat, que permite maior aproximação das áreas devastadas cobrindo em torno de 4 m² de extensão. As imagens têm resolução que permite visualizar com nitidez até 2 metros de distância da área, quando o satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) aproxima em apenas 30 metros. "Com estas imagens sabemos onde estão os locais de desmatamento, quais os proprietários que estavam licenciados e os que não estavam", explica Eufran Amaral.

Para Marina Silva, combate ao desmatamento exigirá esforço maior em 2008


Aumento da devastação da Amazônica em 2007 é confirmada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, preocupa-se com fatores climáticos, políticos e econômicos. Para ela, o governo deve estar atento à estiagem prolongada, aos altos preços internacionais da soja e da carne e as eleições municipais de 2008.


Segundo a ministra, essa combinação tem aumentado a pressão sobre a floresta e exigirá esforço redobrado do governo. “É um teste de fogo. Apostamos em uma ação ainda preventiva para manter a queda do desmatamento em 2008. É possível fortalecer a governança mesmo em condições atípicas”, afirmou hoje (23) a ministra em entrevista coletiva.


Entre medidas preventivas já adotadas pelo governo federal, a ministra citou a criação, em dezembro, do Grupo de Trabalho de Responsabilização Ambiental, órgão interministerial que acompanhará os 150 maiores casos de devastação da floresta, e do Comitê Executivo do Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável da BR-163, cujo objetivo é levar políticas de desenvolvimento sustentável, conservação ambiental e inclusão social às comunidades que vivem às margens da rodovia, que liga o Mato Grosso ao Pará.


Na sexta-feira (25), Marina Silva prometeu divulgar uma lista suja, com aproximadamente 30 municípios que mais contribuem para o desmatamento na Amazônia. Nesses locais, as propriedades rurais que fizeram derrubadas ilegais deverão ser embargadas. “Só poderemos verificar se essas medidas serão efetivas ao final de um período maior, mas vamos reforçar as ações para tentar alcançar o objetivo do desmatamento ilegal zero”, disse a ministra.


De acordo com o Inpe, de agosto a dezembro de 2007 foram desmatados 3.235 quilômetros quadrados (que equivalem a cerca de 320 mil campos de futebol) da floresta amazônica, mas o número pode estar subestimado em virtude da ausência de imagens de satélite mais detalhadas. O desmatamento real pode ser de até 7 mil quilômetros quadrados, segundo o secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente, José Paulo Capobianco.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Acre registra o pior Índice de Desenvolvimento Infantil do Brasil


A Unicef publica relatório no qual o Acre figura como o pior estado do Brasil no índice de desenvolvimento infantil. No estado 43,1% da população é de crianças e adolescentes e 65,5% dessas crianças vivem com renda inferior a meio salário mínimo.

A assistência à criança na pré-escola no Acre é apontada pelo Unicef como deficiente. O acesso à educação infantil ainda está aquém das metas do PNE e da necessidade do País. Atualmente, 15,5% das crianças (1,7 milhão) de até três anos freqüentam creches, sendo que, na Região Norte, esse número cai para apenas 8% – são mais de dois milhões de crianças que não freqüentam creches na Região Norte.

A secretária de Educação do Estado, Maria Correa, observa que apesar de a política educacional na pré-escola ser responsabilidade dos municípios, o estado tem trabalhando conjuntamente com as prefeituras para melhorar o acesso à rede pública de ensino.

De acordo com o relatório os problemas relacionados à infância iniciam desde o pré-natal. O secretário de Saúde, Osvaldo Leal, reconhece que alguns índices ainda precisam ser melhorados, mas destaca que o Acre tem se superado a cada publicação do relatório do Unicef. "Nós saímos de um índice considerado abaixo da média em 1999 (0,436), atingimos a média em 2004 (0,516) e nos mantemos nela, com uma pequena melhora em 2006 (0,562), isso sem dúvida reflete o trabalho que vem sendo desenvolvido pelo governo do estado em parceria com os municípios'', explica.
Um dos desafios em toda a Amazônia é fazer chegar políticas públicas às áreas mais distantes dos centros urbanos, isto é, no interior dos Estados, em razão, entre outros fatores, de uma baixíssima cobertura de malhas viárias. Essa dificuldade de acesso impõe a esses grupos uma vida de isolamento, em que o principal meio de transporte é a tradicional embarcação pluvial.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Cerca de 20 mil crianças são submetidas ao trabalho Infantil no Acre


Crianças e adolescentes estão sendo exploradas das mais variadas formas em todo o Estado, como revelam os Dados do IBGE. A análise das Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílio (PNAD) realizada pela Organização Internacional do Trabalho demonstra que no Acre os índices de trabalho infantil se mantiveram estáveis em aproximadamente 10%, mas cresceram consideravelmente em 2004, saltando para 18,35% em 2005. Em 2006, o índice caiu menos de 1% conforme dados apresentados durante o "Seminário de Avaliação das Políticas Públicas de Combate ao Trabalho Infantil" realizado pela DRT-Acre (Delegacia Regional do Trabalho).

Cerca de vinte e duas mil crianças são submetidas ao trabalho Infantil, principalmente na zona rural e em serviços domésticos, porém esse dado é contestado pela DRT-Acre, mesmo assim o delegado do trabalho no Acre, Manoel Quintela, confirma que o número de crianças e adolescentes nas ruas de Rio Branco vem crescendo nos últimos tempos e a situação precisa ser investigada e contida.

Em geral, o trabalho tem um efeito perverso no desenvolvimento educacional da criança e do adolescente. Estudos mostram que a criança que trabalha tem um rendimento escolar menor, e atingirá um nível de escolaridade final mais baixo do que o alcançado por aquelas que não trabalham.

Conseqüentemente, quando adultos, terão salários menores do que os indivíduos que começaram a trabalhar mais tarde. Esse mecanismo é também conhecido como ciclo de perpetuação da pobreza. Uma política eficaz de combate ao trabalho de crianças e adolescentes não pode colocar seu foco, unicamente, na repressão desta atividade, e sim em criar condições para que ela seja descontinuada. A principal destas condições é, sem dúvida, a melhoria do sistema educacional, e a criação de programas de geração de emprego e renda para as famílias. A segunda é a identificação de situações em que o trabalho de crianças e adolescentes é indispensável como meio de sustento para as famílias, e que precisam ser compensadas.

Os programas implementados no país para fornecer a reposição da renda obtida pelas crianças às famílias com a condição delas irem às escolas ao invés de trabalharem diminuem a miséria no país, mas não afetam o trabalho infantil. O Programa Bolsa Família não está associado à redução do trabalho infantil. O Acre, que é o primeiro da região Norte em miséria (32,1%), porém o segundo em efetividade do Programa Bolsa Família (76,83%), mesmo assim teve aumento do trabalho infantil. Paralelamente, o Distrito Federal, que tem um dos menores índices de miséria apresenta a pior efetividade do PBF (28,9%). Com base nestes dados, é bastante razoável afirmar que a redução do trabalho infantil depende mais de outros fatores econômicos, e que o programa bolsa-família na forma atual não consegue alterar a estrutura da formação da renda das famílias sobre as quais incide ao ponto de que elas dispensem a contribuição das crianças e adolescentes.

domingo, 20 de janeiro de 2008

Usuário de transporte público de Rio Branco paga caro.



Rio Branco tem uma das passagens urbanas mais caras do país, com aproximadamente oito mil quilômetros quadrados, é uma das menores capitais Brasileiras. O que não justifica o preço atual do transporte coletivo. Em cidades de maior porte como Curitiba, Salvador, Cuiabá e Belo Horizonte, a passagem de ônibus custa R$ 2,00 e os serviços prestados tem qualidade muito superior. A passagem de ônibus em Rio branco aumentou 9,4% em fevereiro de 2006, passando de R$ 1,60 para R$ 1,75. Em 2007 aumentou mais 8,5% chegando a R$ 1,90.


Em Belo Horizonte, cujo sistema de transporte coletivo conta com 30% de ônibus bi-articulados, com piso baixo e elevador hidráulico para deficientes físicos, a passagem custa R$ 2,00 nos trajetos mais distantes e R$ 1,45 nos ônibus que circulam no centro – área planejada. Nos horários de pico os ônibus da capital mineira saem de três em três minutos das estações. Os percursos são longos, percorrendo muitos kilômetros e as viagens chegam a durar uma hora e meia. A geografia mineira é bastante acidentada com presença de muitos aclives que culminam em maior consumo de combustível, uma das justificativas para o preço praticado.


Já em Rio Branco (8.000 km2), com pouco mais de 2% da extensão de Belo Horizonte (331.000 km2), os trajetos são muito mais curtos e não ultrapassam 30 minutos da parada final até o terminal urbano. A geografia é praticamente plana – o que contribui para menor consumo de combustível, mas mesmo assim o usuário do sistema do sistema de transporte coletivo paga praticamente o mesmo preço das grandes cidades brasileiras e tem menos serviços e, o que é pior, com menor qualidade.


A prefeitura de Rio Branco através da RBTRANS tem realizado melhorias no sistema viário da cidade e procura fiscalizar o sistema de transportes urbanos. Os diretores foram pessoalmente a campo, em horário de pico, observar o serviço prestado pelas empresas. Segundo Ricardo Torres, diretor da autarquia, regras sobre horários e rotina de serviço estão sendo quebradas. Não há como prever qual o horário nos quais os ônibus passam pelos pontos. De acordo com a RBTRANS as empresas poderão ser multadas e até mesmo perderem a concessão se forem detectadas irregularidades no serviço. A autarquia realizou ainda uma pesquisa no terminal urbano com questões relacionadas à qualidade do sistema de transporte coletivo. A maior reclamação dos usuários, cerca de 50%, foi quanto à renovação da frota e aumento na quantidade de ônibus para diminuir as superlotações, 34% questionaram a regularidade dos horários e 15% sugeriram melhoras nas paradas de ônibus.

Pólo Aquático na Ufac


A touca usada pelos jogadores e o giro para segurar a bola não é nada comum. A princípio, mais parece um jogo de handebol, mas o fato do numero de jogadores ser diferente e de a disputa acontecer na piscina faz desta uma modalidade diferenciada.
O pólo aquático teve origem na Inglaterra em meados do sec. XIX como uma versão aquática do rúgbi. Em 1870 foram estabelecidas as primeiras regras para piscinas cobertas. Os escoceses introduziram novas regras enfatizando a velocidade da natação e dos passes. Surgiu a baliza de três metros por noventa centímetros. Em 1900 o pólo já era tão popular que foi o primeiro jogo coletivo a ser disputado nas olimpíadas.
No Brasil, apesar de não ser uma modalidade tão conhecida, o pólo aquático foi introduzido por Flávio Vieira em 1913, o qual organizou um torneio na enseada de Botafogo, no Rio de Janeiro. O primeiro jogo internacional somente ocorreu em 1919, em águas livres da Baia de Guanabara, quando o Brasil venceu a Argentina. O Brasil não tem tido destaque nos jogos olímpicos. No plano das Américas, disputa a supremacia com Argentina e Estados Unidos.
Na UFAC essa modalidade é recente, menos de um mês de treinamento e as equipes estão em fase de aperfeiçoamento de técnicas, já que o pólo aquático não aproveita muito das técnicas de natação.
Para o jogador Simón Tupac, no polo aquático o nadador perde suas técnicas de sincronia, pois as técnicas de flutuação, arremesso e as táticas de marcação são diferenciadas da natação padrão. Entretanto, ganham forças, pois o tempo de flutuação e a coordenação motora das pernas é maior.
A idéia de se reimplantar o pólo aquático no Acre surgiu de uma parceria entre os Departamentos de Educação Física e Letras da UFAC. Segundo o professor Osvanilson Veloso que acaba de retornar do curso de doutorado em Santa Catarina, onde na oportunidade integrou a equipe de polo aquático da UFSC, a inexistência da modalidade esportiva no estado culminou com a oportunidade de diversificação das modalidades esportivas aquáticas praticadas no campus da UFAC. Em parceria com a Federação Aquática do Estado do Acre, desenvolveram um projeto PIBEX.
Para as disputas interestaduais o projeto pretende formar duas equipes oficiais sendo uma masculina e uma feminina. Essas equipes ainda estão em fase de preparação física e conhecimento das táticas do jogo.

O projeto continua aberto a receber novos treinandos, e para os interessados vale ressaltar a necessidade de ser um bom nadador e persistente na preparação física.

O "fazer" jornalismo

“A moral é a instância primeira, ponto de referência de um conjunto de preceitos que fundamenta o ato do homem e as relações humanas, ao qual o indivíduo aceita submeter-se para poder viver em sociedade. Ela preocupa-se com o universal, o absoluto. A ética, então, fica compreendida como um conjunto de valores livremente eleitos pelo indivíduo, em função de uma finalidade por ele mesma estabelecida e que acredita ser boa. Ela aparece como subsidiária. Essa concepção recupera a diferença estabelecida pelo filósofo Paul Ricoeur entre aquilo que se pensa ser bom (a ética) e aquilo que se impõe como obrigatório (a moral)”.

A deontologia, no que concerne à mídia, é um conjunto de princípios e regras, estabelecidos pela profissão, de preferência em colaboração com os usuários, a fim de responder melhor às necessidades dos diversos grupos da população (...).

O exercício do jornalismo é, antes de tudo, uma jornada onde devemos compreender os limites entre a ética e a deontologia. Na maioria das vezes, os problemas éticos são da ordem da deontologia ou vice versa. Isto implica que a ética não se define apenas pelo comportamento individual, no julgamento do senso comum.

A ética na imprensa é, sim, a demarcação de limites para o pragmatismo, que, por si, não conhece limites. Enfrentar a discussão ética é aceitar o pressuposto de que é possível, ainda que numa perspectiva mais ou menos utópica, buscar mecanismos que protejam valores coletivamente eleitos contra um regime do não-valor moral (...).