sábado, 26 de janeiro de 2008

Carne bovina movimenta 300 milhões no Acre


A carne bovina é o principal produto de exportação do Acre e movimenta 300 milhões de reais na economia do estado. A pecuária é a maior atividade econômica no setor primário do Acre e representa 40% da produção agropecuária enquanto o extrativismo representa apenas 6% da produção.

O rebanho bovino do Acre cresceu 416% entre 1990 e 2004, a maior taxa entre os estados da Amazônia Legal, muito acima da taxa anual de 2,2% do Brasil. O rebanho bovino do Acre, que era de 1,8 milhões em 2002, ultrapassou dois milhões em 2003 e chegou a 2,6 milhões em 2006. E as projeções indicam que o rebanho bovino do Acre deve alcançar 4,3 milhões em 2010.

A pecuária bovina de corte no Estado do Acre baseia-se na criação de rebanhos exclusivamente a pasto. A criação de rebanhos em grandes áreas contribui para uma menor incidência de doenças nos animais, em contrapartida o desmatamento da floresta é maior.

A concentração cada vez maior do crescimento do rebanho brasileiro na Amazônia (que entre 2003 e 2006 concentrou 96% do crescimento do rebanho nacional) fez com que a região bancasse um terço das exportações brasileiras de carne, assegurando a liderança mundial do país nesse mercado.

O gado tem sido considerado o grande vilão da Amazônia. Hoje, o Brasil mantém 195 milhões de bovinos. Há mais bois que pessoas. Cerca de 35% desse rebanho está na Amazônia. Para alimentar o gado, os pecuaristas desmataram uma área de 550 quilômetros quadrados, o equivalente ao Estado de Minas Gerais. Criados livres no campo, sem ração, os bois precisam todo ano de novas áreas derrubadas para a formação de pasto.

O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes admite que há derrubada de floresta amazônica para uso como pasto, reconheceu que o governo trata do tema somente "em tese", disse que está preocupado e torceu para que o rebanho que come a floresta não se destine ao aumento das exportações brasileiras.

A tendência é que os bois avancem mais sobre a floresta, para atender a uma demanda crescente de carne para exportação. Hoje, 10% dos bois abatidos na Amazônia abastecem o mercado internacional. O grande obstáculo é a ocorrência de febre aftosa no rebanho da região. O Ministério da Agricultura, os produtores e os pesquisadores acreditam que, com a erradicação da doença, o rebanho pode até duplicar para atender à demanda internacional.

O Brasil é o maior exportador de carne bovina do mundo, com 4,4 bilhões de dólares registrados entre junho de 2006 e junho de 2007, e mais de 30% de participação no mercado mundial. No primeiro semestre de 2007, o país exportou cerca de 2,2 milhões de toneladas do produto. As vendas externas, distribuídas entre mais de 100 países, crescem a uma taxa anual de 20%. O total das vendas desse produto para o exterior representa 7% de todas as exportações brasileiras.

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