domingo, 20 de janeiro de 2008

O "fazer" jornalismo

“A moral é a instância primeira, ponto de referência de um conjunto de preceitos que fundamenta o ato do homem e as relações humanas, ao qual o indivíduo aceita submeter-se para poder viver em sociedade. Ela preocupa-se com o universal, o absoluto. A ética, então, fica compreendida como um conjunto de valores livremente eleitos pelo indivíduo, em função de uma finalidade por ele mesma estabelecida e que acredita ser boa. Ela aparece como subsidiária. Essa concepção recupera a diferença estabelecida pelo filósofo Paul Ricoeur entre aquilo que se pensa ser bom (a ética) e aquilo que se impõe como obrigatório (a moral)”.

A deontologia, no que concerne à mídia, é um conjunto de princípios e regras, estabelecidos pela profissão, de preferência em colaboração com os usuários, a fim de responder melhor às necessidades dos diversos grupos da população (...).

O exercício do jornalismo é, antes de tudo, uma jornada onde devemos compreender os limites entre a ética e a deontologia. Na maioria das vezes, os problemas éticos são da ordem da deontologia ou vice versa. Isto implica que a ética não se define apenas pelo comportamento individual, no julgamento do senso comum.

A ética na imprensa é, sim, a demarcação de limites para o pragmatismo, que, por si, não conhece limites. Enfrentar a discussão ética é aceitar o pressuposto de que é possível, ainda que numa perspectiva mais ou menos utópica, buscar mecanismos que protejam valores coletivamente eleitos contra um regime do não-valor moral (...).

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